quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Ponto de equilíbrio (ou aquela coisa chamada bom senso)

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1969 - Pai, a professora deu-me um estalo!
. . . . - Então toma lá outro, que se deu é porque o mereceste!

1979 - Pai, a professora deu-me um estalo!
. . . . - Que não o volte a fazer ou faço queixa dela!

1989 - Pai, a professora quase me deu um estalo!
. . . . - Ai dela, levava um processo que nunca mais leccionava!

1999 - Pai, a professora disse que me dava um estalo!
. . . . - Ela que nem sonhe! Esperava-a na saída e nem sabia de onde lhe caiam!

2009 - Pai, a professora ralhou comigo!
. . . . - Foi o fim da carreira dela! Que violência! Vamos já para o psicólogo, onde já se viu traumatizar assim uma criança?!

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Não sou professora.
O pouco que vejo é como espectadora e, portanto, com o mínimo de imparcialidade.
Sei que, como em todas as profissões, há bom e mau.
Agora que os intervenientes nesta área do ensino estão a precisar de umas lições de bom-senso, lá isso estão!

Será que não se passou o ponto de equilíbrio da coisa há algum tempo já?
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Papazinhos e mamazinhas das doces criaturinhas, não seria bem mais proveitoso para os futuros e felicidade das ditas terem professores com "mão" na sala, que o tempo de aulas fosse aproveitado, de facto, para ensinar e aprender, ainda que ocasionalmente tivessem de mandar um berro para exigirem respeito pela disciplina mínima, ou saírem sem saberem nem metade do que era suposto e serem ainda mais burrinhos do que os pais já são?

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14 comentários:

  1. Pois, Pax, bom senso dava jeito no ensino, por parte de todos os intervenientes!

    Os professores de outrora exageravam nas lambadas, os putos de agora são irreverentes e mal-educados, ai de quem lhes toque, com os paizinhos a ajudar à festa!

    O equilíbrio ainda está para vir, talvez, algum dia... ;)

    Beijocas!

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  2. Olha, sabes, nunca tive propriamenre problemas. Mas, como eu costumo dizer, não sou professora, sou formadora. Já tive alunos que atiravam com cadeiras ao chão, berravam, esperneavam...e mesmo assim nunca tive qq problema com eles ou com os pais...

    é um tema com pano para mangas, que numa única caixa de comentários não se consegue debater, né.

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  3. Teté,

    Acho que o bom senso resolveria grande parte das chatices e problemas em todas as áreas!
    Passámos do tal oito para o tal oitenta com uma rapidez impressionante!
    Devemos ter passado o momento do equilibrio tão depressa que nem demos por ele!

    Beijos :)

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  4. Vani,

    E não chamas a isso problemas?!
    Se eu soubesse que um filho meu tinha berrado, esperneado, atirado a cadeira para o chão, ou teria uma razão MUITOOO válida (que eu duvido que exista) ou teria MESMOOO de se ver comigo!
    O problema é que eles fazem o que querem com os professores porque (grande parte, pelo menos) sabem que os pais apoiam seja o que for só para não terem de se chatear!

    Nem pretendo debater exaustivamente que, tens razão, seria um tema para o casaco todo! Mas que me aflige este exagero, aflige!

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  5. A mim aflige-me pensar que um dia posso deparar-me com um problema desses, ou seja:
    1) que o meu filho seja um estropiçio e que não saiba respeitar um professor - nesse caso leva enxertos de porrada até se saber comportar;
    2) que ele apanhe uns professores que não se saibam dar ao respeito e que isso acabe por influenciar a capacidade de aprendizagem dele - mudar de escola, talvez seja a solução.

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  6. Gata,

    Enxerto de porrada não diria, mas estou como tu: faltas de educação com os professores não têm de ser menos severamente punidas do que com qualquer outra pessoa! E porque seriam?! Os pais tem OBRIGAÇÂO de ensinarem os filhos a respeitarem os outros, iclusive e principalmente quem os ajuda a formar!

    Professores que os possam de várias formas prejudicar também existem... maus caracteres e maus profissionais existirão sempre. Aliás, com a degradação e má fama a que chegou a profissão, corremos o risco de que qualquer dia só mesmo os muito maus profissionais é que aceitarão leccional!

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  7. Por mais que não tenha filhos e nem saiba se algum dia terei esse privilégio, compreendo este teu desabafo.

    Como sempre não resisto a deixar umas pequenas provocações:

    Provocação 1:
    “Bom senso”’? O que é isso? Isso existe neste país?

    Provocação 2:
    “Ponto de equilíbrio” mas em que aspecto da vida deste país alguma vez esse ponto foi atingido?

    Provocação 3:
    A eterna questão de (pelo menos uma parte da população) como podemos esperar que “bestas” saibam educar alguém?

    Já chega de provocações porque, como disse e muito bem a Vani, este assunto não dá para debater aqui…

    Beijinhos,
    FATifer

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  8. FATifer,

    Nem é necessário ter filhos para ver o que se passa nas escolas e à nossa volta, basta apenas olhar, falar com quem está em qualquer dos lados implicados.

    1º- Bom senso deveria ser uma cadeira obrigatória já no jardim de infância!

    2º O ponto de equilibrio parece-me ter-se tocado algures na década se setenta... há ali um marco importante, sem dúvida, com tudo de positivo e de negativo que possa ter aportado.

    3º- Efectivamente, se alguém não tem formação ou valores nem para si própria, muito menos terá para transmitir aos filhos, isso é certo e sabido!

    Nem é um debate, é mais um desabafo de quem ainda se consegue espantar com certas coisas!

    Beijos :)

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  9. Isto vale o que vale mas eu levei reguadas na mão uma vez na Primária e acho que hoje em dia sou um ser humano decente. Acho. :P

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  10. Num Congresso sobre "Vida Sustentável" foi lançado um concurso para premiar a melhor pergunta sobre o tema.
    Ganhou esta :

    "Todos pensam em deixar um planeta melhor para os nossos filhos...
    Quando é que pensarão em deixar filhos melhores para o nosso planeta ?"

    Nota:do meu blog - post: Mudam-se os tempos ... (Outubro, 27)
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  11. Rice,

    Pois eu só não fui mais castigada pela severidade extrema daquela senhora porque até era uma miúda atinadinha e aluna razoável, ainda assim levei muitas vezes reguadas naqueles 4 anos... ou seja, só posso ter-me tornado um ser humano MUITO decente! Lol :):):)

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  12. Rui,

    Excelente! É isso mesmo! É com a educação das gerações que estão agora no inicio da sua formação que contribuiremos (também) para que o mundo deles se torne melhor! Ou então estariamos a criar macaquinhos que se penduram em galhos e a retroceder na chamada "evolução"!

    Já irei ler o post, obrigada :)

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  13. Eu já fui professora... já levei pancada... mas levei com pior que pancada também... levei com faltas de respeito... levei com uma frase de uma miúda parva e irritante (desculpa, mas era) "a minha mãe diz que isto não conta para nada e que eu posso não fazer os trabalhos".

    Os professores não são super-homens. Não sabem tudo. E a verdade é que o Ensino está cheio de pessoas sem pedagogia e, muitas vezes, até sem formação para leccionar. Mas... nada disso explica o que se passa hoje nas salas de aula. O desrespeito da sociedade por uma classe inteira. Pais principalmente... porque as crianças são reflexo dos pais que têm.

    O miúdo que me bateu tinha 6 anos. Os pais foram alertados e ele no outro dia chegou à escola todo negro. Acredita que isso me doeu mais que os pontapés que ele me deu. Era um bom menino que só precisava de afecto...

    Os maiores problemas que tive foi mesmo com os mimados... aqueles que podiam fazer tudo porque eu não lhes podia fazer nada. Nem mesmo chumbá-los.

    Ainda assim... tenho saudades. Não tenho arrependimentos, mas tenho saudades. Muitas.

    Beijos
    (e já ajudas se educares os teus filhos para serem respeitadores... e assim já fazes um Mundo melhor, não é?)

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  14. Ianita,

    A "pancada" é também uma das formas de demonstrar a falta de respeito. Grave, implica uma violência física, mas compreendo que talvez nem seja a que mais custe suportar.
    Tenho uma amiga professora que me contou uma história que acho deliciosa e reveladora do nível a que chegou o Ensino e a forma como os professores são (des)considerados: ela alertou a mãe de uma aluna para o mau comportamento, falta de interesse, não cumprimento em relação a trabalhos de casa, que se assim continuasse não transitaria de ano, ao que a mãe (muito educadamente) respondeu: "Tem toda a razão, senhora professora, eu estou farta de dizer à minha filha para estudar, se aplicar, porque senão nem para professora dará!" Ou seja, do pior que se pode ser.

    Eu acredito que a maior parte da responsabilidade pelos maus comportamentos dos filhos seja mesmo dos pais. São muitas vezes os pais que não lhes sabem incutir os valores que os orientarão na sua forma de se comportarem perante professores ou qualquer outra pessoa, em sociedade, portanto. Ou talvez a geração dos pais tenha sido a 1ª vitima da tal ultrapassagem desse ponto de desiquilibrio e nunca o tenham conseguido encontrar na sua forma de os educarem.

    "se educares os teus filhos para serem respeitadores... e assim já fazes um Mundo melhor, não é?"

    Tens toda a razão. E fazer um mundo melhor é um acto continuado, sem dúvida muito mais do que acertar com o plástico no caixote com a cor certa :)

    Beijos :)

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