quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Monólogo de mim VIII


Sinto falta de ti por mais que não saiba quem és e não te conheça…

Porque é que construí todas estas defesas quase impenetráveis?... porquê este medo irracional de te encontrar... quando esperava ao mesmo tempo que me encontrasses?
Quando te achei… deixe-te fugir. Sim, ainda corri atrás mas não fiz tudo… talvez não resultasse mas teria sido melhor ter a certeza, do que nunca saber… fui… sou cobarde e convenço-me que é melhor assim, por pura preguiça de voltar a tentar achar-te.
A vida não é como os filmes… mas e se pudesse ser?... não devia pensar assim mas, por momentos, cedo à tentação de achar que tu existes e mais ainda, que te mereço! Deixo-me levar em sonhos em que te encontro e não quero acordar… porque… dói demais perceber que não devemos sonhar assim… dói demais apenas imaginar-te e saber que sou demasiado cobarde para te tentar encontrar…
Amanhã é outro dia talvez consiga não pensar em ti… amanhã…


FATifer

sábado, 18 de agosto de 2012

Últimas citações deste livro…


“After that, I didn’t have to think anymore. Or, more precisely, there wasn’t the need to try to consciously think about not thinking. All I had to do was go with the flow and I’d get there automatically. If I gave myself up to it, some sort of power would naturally push me forward.”


“The end of the race is just a temporary marker without much significance. It´s the same with our lives. Just because there’s an end doesn’t mean existence has meaning. An end point is simply set up as temporary marker, or perhaps as an indirect metaphor for the fleeting nature of existence. It’s very philosophical – not that at this point I’m thinking how philosophical it is .. I just vaguely experience this idea, not with words, but as a physical sensation.”


“But in real life things don’t go so smoothly. At certain points in our lives, when we really need a clear-cut solution, the person who knocks at our door is, more likely than not, a messenger bearing bad news. It isn’t always the case, but from experience I’d say the gloomy reports far outnumber the others. The messenger touches his hand to the cap and looks apologetic, but that does nothing to improve the contents of the message. It isn’t the messenger’s fault. No good to blame him, no good to grab him by the collar and shake him. The messenger is just conscientiously doing the job his boss assigned him. And this boss? That would be none other than our old friend Reality.”


“It doesn’t matter how old I get, but as long as I continue to live I’ll always discover something new about myself. No matter how long you stand there examining yourself naked before a mirror, you’ll never see reflected what’s inside.


“I have no idea whether I can actually keep this cycle of inefficient activities going forever. But I’ve done it so persistently over such a long time, and without getting terribly sick of it, that I think I’ll try to keep going as long as I can.”


“One by one, I’ll face the tasks before me and complete them as best I can. Focusing on each stride forward, but at the same time taking a long-range view, scanning the scenery as far ahead as I can. I am, after all, a long-distance runner.”


In “What I talk about when I talk about running” de Haruki Murakami


FATifer

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Abdico (?) do que não posso…


A decisão é estúpida mas está tomada, abdico de viver. Vou continuar a sobreviver sem propósito além da teimosia de querer existir (ou de não fazer nada para deixar de). Se viver por instantes perdoem-me, não é por mal, nem é minha vontade ser incoerente apenas o sou, por instantes…

Abdico de tentar perceber o mundo. Abdico de tentar ser um ser melhor. Abdico de tudo o que seria suposto merecer por pura preguiça de tentar conquistá-lo. Abdico da minha individualidade, vejam-me como mais um número, por favor! Abdico de ser diferente. Abdico de querer seja o que for que queria ou era suposto querer ter ou fazer…

Fosse eu capaz de fazer o que disse e não este cobarde que nem essa decisão conseguirei cumprir e faria o que escrevi, pois seria o mais lógico neste momento mas até o meu mundo lógico já perdi…


FATifer