Quando tinha uns 6 anos (a idade em que ainda acreditamos no Pai Natal), alguém me ofereceu um livro chamado "O Meu Livro de Histórias Bíblicas".
Nada de novo. Acho até que já houve, pelo menos, uma reedição com imagens mais bonitas e em papel de maior qualidade.
Lembrei-me de uma das histórias que lá estava:
A Torre de Babel.
A história era assim:
Depois do Dilúvio, os filhos do Noé tiveram muitos filhos e esses mais ainda e, em breve, existia muita gente na Terra. (Uma sorte tendo em consideração que, em idade reprodutiva, estavam apenas três casais).
Um bisneto de Noé chamado Ninrode (ou seja, três gerações de reprodução mais tarde), era muito mau e decidiu a construção de uma cidade com uma grande torre como forma de controlar toda a (muita) gente da Terra.
Deus não gostava de Ninrode e queria que as pessoas se espalhassem (só não sei como essa informação terá chegado até nós...) e decidiu impedir a construção da torre.
Sabem como?
Fazendo com que todos, de repente, começassem a falar línguas diferentes!
Ah, pois! É por isso que Babel ou Babilónia significam "confusão".
A verdade é que o plano resultou, desentenderam-se todos e as pessoas que falavam a mesma língua começaram a afastar-se juntas para diferentes locais da Terra.
(Claro que alguns não só mudaram de código linguístico mas também de cor de pele, formato dos olhitos, etc, mas isso são outros detalhes).
Portanto, não foram as pessoas de diferentes locais da Terra que inventaram, cada grupo, o seu próprio código linguístico. Não, já levavam esse código inventado da sua cidade comum.
Claro que eu tenho uma teoria para a necessidade da invenção deste novo conto.
Acho que deve ter sido, mais ou menos, assim:,
Quando nos começaram a impingir certas explicações religiosas, alguém deve ter perguntado:
- Então e se nós todos descendemos do Adão e da Eva, porque é que não falamos todos a mesma língua que eles, certamente, falariam?
Ups, lá pensou o génio, vou ter de arranjar uma boa história para esta e... nasceu Babel.
É a tal coisa, uma mentira acaba sempre por gerar outra que a sustente e dificilmente termina esse ciclo.
É, claro, uma questão de fé. A fé de quem acredita no que quer e a mais não se sente obrigado.
Certamente que a teoria da Evolução e não da Criação ainda não tinha tido bases para ser pensada, mas já a temos!
O problema é que não convém aos Ninrodes que ainda querem (apesar de saberem, cientificamente, mais que isso) controlar os outros, atirando-lhes com a "questão de fé" para justificar a crença ou a ignorância.
Infelizmente, existem alguns.
.
Porra lá caiu por terra a teoria de que os macaquitos são nossos parentes...FDX!!!! :)
ResponderEliminarBem, a Bíblia foi escrita por homens (filósofos)...os filósofos têm uma visão muito peculiar das coisas...muito mesmo, portanto a credibilidade já aqui é baixa. Para além disso, basta experimentarmos o joguinho da rede de informação :), um diz ao ouvido de outro, este outro de outro e assim sucessivamente até que a última pessoa reproduz a mensagem que julga ser inicial. Ouve-se com cada barbaridade. Cada pessoa tem a sua percepção das coisas que as rodeiam...e quem escreveu a bíblia não é diferente dos comuns mortais...e errar é humano :)!
Mais, sendo o problema de consanguinidade o que sabemos...uiiii a promiscuidade que para ali ia! Os filhos de Noé comeram-se e deram à luz filhos maluquitos...se com primos já há problema, imaginemos entre irmãos uiiii. E como temos nós tanta variedade de grupos sanguíneos? E de tudo o resto? Pois é pois é! Tanta areia que as pessoas aguentam nos olhos :)!
Eu sou pela teoria da Evolução e o Darwin foi dos maiores génios que "conheci"...factos cientificos, provados e comprovados...nada de filosofias e se cá nevasse fazia-se cá ski...se existe, provem-me ;)!
Abreijos lindona
Afrodite,
ResponderEliminarErrar é humano e como quem escreveu a biblia também eram humanos (com ou mais fé ou imaginação), errou também.
O problema nem é errar. O problema é saber que se errou e teimar no erro. Isso, sim, acho idiota e desnecessário.
Já não se julgam as pessoas que dizem que a Terra não é plana; porque é que ainda não se corrigiram os restantes disparates?
Imagina agora se alguém quisesse uma justificação "biblica" mais pormenorizada do porquê das diferenças do código genético... tadinhos dos filósofos!
Nem em tês meses sentados no deserto se sairiam com uma boa!
E, como disse outro grande filósofo, "viva a ciência!" ;)
Lindona és TU!
:)
Bom dia a todos/as :) aos que estão de férias desejo umas boas férias :P
ResponderEliminarPax é certo que há uma certa tendência para incutir a religião, e eu não concordo de todo com isso na educação das crianças.
Mas esquecendo a religião por um pouco. A Bíblia (e tenho que a ler novamente porque quando a li era "verdinha")tem algumas coisas que são de valor, coisas essas que na educação das crianças faz falta, algumas ... é como tudo, tem que haver uma certa filtragem, e não só... o mais importante é darmos o exemplo.
O que se passa hoje em dia é que anda tudo ao mesmo , e poucos são aqueles que fazem como dizem , e isso é complicado porque desacredita muitos dos valores, sejam eles morais ou não , na verdade pouco interessa dar um nome, o que interessa é mesmo o que se faz com a vida , que diga-se de passagem, e na falta de melhor expressão é um "milagre" da Natureza.
Quanto à fé, a Afrodite no outro dia falou do Panda do Kung Fu , e tem uma mensagem gira, que é , o ingrediente secreto é algo que não se vê mas que se houver tem uma força inacreditável e torna-nos especiais.
Sobretudo religiões à parte, a fé move o Homem, acreditar que se consegue é meio caminho andado para se conseguir. E não há coisa que mereça mais respeito que a fé, por isso, e com toda a humildade falo pelos que acreditam, não está nas nossas mãos julgar as crenças, mas sim escolher as nossas próprias crenças.
É certo que errar é humano, assim como errar constantemente é humano, o que fazemos do erro... e aprender com os erros, believe it or not , tb é humano :P
Sem mais , um grande beijo aos 3Fatifer , Pax, Afrodite , a China girl ainda n a li ... espero ter esse prazer :)
Naturezas,
ResponderEliminarDeixa-me só dizer-te (por agora que não vou poder ficar o suficiente para te responder com tempo), que gosto muito dos teus comentários e da forma como escreves.
"não está nas nossas mãos julgar as crenças, mas sim escolher as nossas próprias crenças."
Completamente de acordo. Fazermos a nossa própria conduta e seguirmos a nossa própria crença de acordo com o respeito para connosco, para com os outros e para com o mundo onde habitamos é a minha ideia de religião ideal.
O meu mundo "ideal" seria um mundo de tolerância e sem imposições.
Como sabemos, isso não é possivel.
(Depois volto :)
Beijo para ti.
hummmmm tens muita gente que fala a mesma língua e também não se entende...
ResponderEliminarMtheman,
ResponderEliminarCompletamente!
Às vezes vale mais comunicar só por gestos (ou beijos e abraços), lol, a conversa sempre é mais agradável :)
Naturezas,
ResponderEliminarBom dia :)
Em relação à educação das crianças em determinada fé, não acho que seja o ideal.
O ideal seria cada um crescer sem influências e decidir mais tarde a sua própria (se quisesse ter uma) religião.
Como isso também é impossivel (que as influências fazem parte do dia-a-dia de qualquer pessoa), também não vejo grande mal em irem à catequese. Mau é serem obrigados a ir ou as familias criticadas se os não levarem.
Acreditarmos em nós próprios é meio caminho andado para conseguirmos, sim. Acreditarmos em Deus, Alá ou seja o que for pode ser a desculpa que inventamos para justificar os nossos sucessos ou insucessos; não faz parte, obrigatóriamente, da nossa força ou vontade.
" E não há coisa que mereça mais respeito que a fé"
Aqui discordo.
Não há nada que mereça mais respeito que o ser humano, a vida, a natureza... se considerares a fé como um sentimento, concerteza que (como tal) também é merecedora de respeito.
Viste aqui nestes últimos dias um exemplo de que o conceito de "respeito" varia muito de pessoa para pessoa e há quem nem sequer deva ter a minima noção do que seja.
Eu também acredito em certas coisas.
Acredito que há muito ainda que não compreendemos.
Acredito na bondade, na tolerância, num mundo que poderiamos fazer melhor.
(Se quiseres, um dia falaremos mais detalhadamente sobre o que acredito.
:)
Beijos e boas férias para ti também :)
Concordo contigo Pax :) o que dizer tens razão :P e sim o respeito depende da própria pessoa , quem não se dá ao respeito não merece de todo respeito.
ResponderEliminarDigam o que disserem eu sinto-me bem aqui , e vou continuar a ler todos os vossos posts.
Beijos
Naturezas,
ResponderEliminarNós também gostamos muito de te ter por cá :)
(E de qualquer pessoa que, como tu, numa relação de respeito, cá queira visitar-nos).
Beijo grande para ti :)
Naturezas...
ResponderEliminarFui ver recentemente o Panda Kung Fu e felizmente estes filmes de crianças ainda têm muito sumo, ensinam qualquer coisa sempre! Eu adorei, talvez por praticar artes marciais desde os 14...para mim foi dos melhores que fizeram :)! Ok ok, devo confessar que vou ver todos, tenho uma companhia magnifica de 8 anitos ;) que também me ensina muito!
Obrigado pela tua presença por aqui, são pessoas como tu que dignificam o que escrevemos e que nos fazem ter prazer em andar com isto para a frente. Obrigado mais uma vez!
Abreijinhos e boas férias...pelos vistos, para nós :)
Viva PAX
ResponderEliminarPeço-te desculpa, por uma vez gostava de te falar a sério...rs...
Porque carga de água o Génesis e outros livros do Antigo Testamento, ou o Apocalipse, no Novo Testamento, há-de ser encarado como um livro histórico?
Em relação a todos os livros de todas as áreas, as pessoas sabem diferenciar o que são livros históricos, o que são contos, o que são romances, o que são filosofias, mas em relação à Biblia leva-se tudo à letra e conclui-se que nos mentiram?
Pela mesma ordem de ideias, alguém acredita que havia um monstro adamastor que as caravelas lusitanas ultrapassaram? E que os navegadores foram todos foder que nem desalmados para a ilha dos amores, onde havia mulheres ansiosas pelo garanhão lusitano? Quer isso dizer que o Camões nos mentiu e que os descobrimentos foram uma farsa?
Estou a fazer-me entender? A culpa começou nos padres, que demorarm muito a explicar que a Biblia é uma obra datada, escrita num contexto sociológico específico, e que muitas das suas passagens variam entre uma espécie de conto, de imagem, de literatura figurada. Hoje, mando internar o primeiro padre que te diga que Adão e Eva foram, historicamente, as primeiras pessoas à face da terra.
Falamos de imagens usadas para explicar algo, em que o que vale é a mensagem, o sentido figurativo, não a validade histórica.
Beijiiiinho
PS - Tem muito mais piada rir-me contigo, não tem
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarOps... Ao PS do meu comentário anterior falta um ponto de interrogação...
ResponderEliminarBeijinho
Jorge,
ResponderEliminarPor incrível que isto te possa parecer, eu também gosto de falar de coisas sérias ;), ainda que em tom de brincadeira. (Falar sério também tem piada).
Há algumas semanas atrás tive uma conversa de duas horas com um padre sobre religião.
Adorei. Um homem inteligentissimo que soube refutar os meus argumentos lógicos com passagem biblicas que me fizeram constatar que, ao longo dos últimos milénios, foi o próprio Homem e, principalmente, a própria Igreja que retiram grande parte da beleza ao ideal católico.
Eu considero a biblia uma obra de ficção.
No entanto, e sem a minima dúvida, representa muitos dos ideais que deveriamos, realmente, seguir (e que eu também sigo).
O problema é que, para muitas pessoas, estarem a por em causa determinados eventos lá descritos é estarem a renunciar à sua crença em Deus, como criador das escrituras.
Obrigam-se a acreditar em tudo o que está no "livro sagrado", pois veem nisso a única forma de manter a sua crença no divino, não não colocando em causa o que Ele terá "transmitido".
Não duvido absolutamente nada que muitas pessoas respeitem os vizinhos e mantenham uma conduta social adequada (praticando o catolicismo ou outra), apenas por medo do "julgamento final". Ou seja, ainda bem que assim o fazem. O mundo viveria numa anarquia bem pior se não houvesse quem tivesse ditado regras e não houvesse a quem temer.
Nessse sentido, Deus não só existe, como também faz muitissima falta. Disso nunca duvidei.
Acreditar ou insistir em que Adão foi o primeiro humano, Eva saiu da sua costela, diferentes espécies animais conviveram dentro de um mesmo espaço, as diferentes línguas nasceram junto a uma torre, etc, é que não.
Acreditar em protecção, amor, paz, igualdade, tolerância, etc, todos, isso sim, faria do nosso um mundo melhor.
Ou seja, concordo contigo: "o que vale é a mensagem, o sentido figurativo, não a validade histórica."
A intolerãncia em relação aos não-crentes é (para mim), tão grave quanto a intolerância em relação aos crentes. Apenas tem sido muito mais mortifera.
Beijos :)
Jorge,
ResponderEliminarPonto de interrogação recebido :)
Acho que chegaste a ler um post meu em que disse que estive quase a ser padre, não leste? Será que o escrevi?...rs...
ResponderEliminarTecnicamente, Biblia é uma biblioteca de 73 livros. Os evangelhos, por exemplo, são considerados livros históricos, há outros que não são. Claro que Adão e Eva não foram os primeiros seres vivos à face da terra e que esta não foi criada em sete dias. Nenhum padre, em sã consciência, o defenderá.
Mas nem vou argumentar mais nada contigo porque tu tocaste no ponto. Os valores são o que realmente interessa. Eu não quero saber se és católica, se não és (eu ando numa fase de ovelha tresmalhada...rs...), se acreditas ou não num Deus, apenas preciso de saber como te relacionas com as outras pessoas, que valores humanos defendes. E, claro, como sorris (não te conheço, limito-me a imaginar...rs...) e como estás de sentido de humor...rs... E fico muito grato por saber que continuas em grande. E nunca gostaria de abdicar do prazer de te ler.
Beijinho Pax, obrigado por tudo
Jorge,
ResponderEliminarEu também sou (neste aspecto), do mais tresmalhado que pode haver :), ou seja, se acreditava em algo que, entretanto, foi provado não ser assim, mudo de ideias.
E não acho que mudar de ideia ou opinião seja sinal de fraca personalidade (como algumas pessoas acham), mas sim de humildade e vontade de evoluir.
Também acredito mais no que vejo do que no que o vizinho diz que viu.
Acreditei no pai natal até aos 6 anos e discuti com os meus amiguinhos quando me disseram que ele não existia. Eu VIA o pai natal todos os anos. Deixei de acreditar mas não perdi a magia do natal, pois, para mim, mantém o mesmo simbolismo: representa o sorriso de felicidade de uma criança a desembrulhar um novo tesouro.
Até que Cristo não nasceu nessa época do ano nós sabemos. Não importa. Importa é o tipo de magia que cada um de nós decide (ou não) dar a esse simbolismo.
"Claro que Adão e Eva não foram os primeiros seres vivos à face da terra e que esta não foi criada em sete dias. Nenhum padre, em sã consciência, o defenderá."
Jorge, já encontrei muitas pessoas que defendem essas teorias (não estou a falar de padres). O seu argumento é "É assim que está escrito". Ponto.
Os padres com quem, até hoje, tive a sorte de trocar ideias são pessoas fantásticas e a quem admiro bastante.
(A ti não consigo imaginar-te como padre mas, lá está, tu também não deves ter conseguido :)
Para mim, as pessoas valem pelo caracter que demonstram no seu dia-a-dia, nunca pela fé que professam.
"(...)E nunca gostaria de abdicar do prazer de te ler."
Vou responder-te numa palavra muito, muito sincera:
-Igualmente.
Beijos :)
Cara Pax,
ResponderEliminarPrimeiro, as minhas desculpas por não ter comentado este post em tempo devido mas… aqui fica a minha opinião:
Ora aqui está um assunto onde não poderei falar com conhecimento de causa… nunca li a bíblia e não está na minha lista de prioridades. Dito isto (tendo plena consciência que me poderão dizer que falo do que não sei) digo que concordo que a fé é isso mesmo, acreditar no que bem entendemos porque queremos acreditar (em relação à questão se somos livres de escolher ou não, se somos condicionados ou não, já disseram muito do que penso). Na minha opinião, todos os livros sagrados são um conjunto de princípios que nos são transmitidos (ou “impostos”) por serem algo que, pareceu a alguém ou conjunto de pessoas que, seria bom que todos cumprissem essas regras… (do pouco que conheço algumas dessas regras ou princípios, parecem-me desactualizados em alguns casos – não falo de nenhuma religião em particular). Sim, concordo com o que já foi dito por noutros comentários… depois do teu diálogo com o Jorge, não há muito mais a dizer…
Deixa que te diga que, tal como o Jorge, também quero continuar a ler-te ;)
Beijinhos,
FATifer