Uma casa com o recheio de uma vida permite grandes viagens nas memórias que suscita…
A casa do meu avô tem-me permitido também entender/explicar algumas facetas do meu modo de estar na vida, por exemplo:
Sempre ouvi a minha avó (mãe da minha mãe, portanto não a esposa do meu avô de que falo, que era o pai do meu pai) dizer “guarda o que não presta, acharás o que é preciso”. O meu avô não o dizia mas praticava-o, assim é facial de concluir que tenho a quem sair!
Sempre gostei de descobrir coisas por mim pelo que é para mim delicioso encontrar uma caixa cheia de fotos que nunca tinha visto, embora possa até ter ouvido falar das histórias que elas documentam. O meu pai desespera com o tempo que levo a olhar cada caixa e o que contêm mas tomei por princípio que nada será deitado fora sem que seja visto. Claro que leva tempo mas há coisas que seria criminoso deitar fora, outras, insisto em guardar só à luz da regra da minha avó que citei acima… por outro lado não posso deixar de sorrir quando oiço o meu pai dizer: “olha, sabes o que é isto?” ou “eu lembro-me disto…” e lá vem mais uma história…
Já referi as ferramentas do meu avô que orgulhosamente vou herdar e espero dar uso, por mais que não seja fácil dada diversidade. Os livros que parecem nascer naquela casa também, não sendo uma surpresa, começam talvez a ser um problema por não sabermos o que fazer a alguns…
O meu avô era um homem de pormenores, há coisas naquela casa que só um homem como ele, com a sua paciência, habilidade e atenção ao detalhe faria… ao apreciar alguns desses pormenores dou comigo a pensar comigo mesmo, até que ponto é que algumas dessas características que me atribuem a mim também são genéticas ou absorvidas por convívio com ele?
A viagem pela casa do meu avô vai continuando e a vida continua…
FATifer
Se o teu avô era um homem de pormenores era certamente um homem interessante, pois a diferença está exactamente nos detalhes.
ResponderEliminarFiquei seriamente preocupada por saber que a leitura deste blogue engorda, não prometo voltar cá mais vezes :PPPPP
Brandie,
ResponderEliminarA menção de o meu avô ser “um homem de pormenores” era, neste caso, bastante literal mas poderia ser generalizada, sem dúvida. Sou suspeito mas concordo que o meu avô era um homem interessante, por isso procuro seguir o seu exemplo e usar bem tudo o que aprendi com ele… ;)
Esse acrescento ao texto dos comentários com o aviso que este blog engorda foi colocado pela deusa Pax por solicitação da nossa ilustre leitora Van (actualmente Vani). Perde-se na história dos comentários a vários textos a origem deste aviso. Não podendo dar garantias se ainda se justifica tal aviso, apenas poderei dizer que tenho pena que não voltes mas compreendo que queiras cuidar da linha :P (eu por mim linhas redondas nunca me afligiram, por isso continuo por aqui).
Beijinhos,
FATifer
Pois é, essa tarefa de esvaziar uma casa que contêm todos os objectos que se coleccionaram uma vida inteira, tem essa dupla faceta: se por um lado traz recordações de bons momentos, por outro lembra que há tempos que não voltam mais.
ResponderEliminarSe me permites uma sugestão, e uma vez que parecem existir livros a mais e estantes a menos para os guardar, podes sempre tentar indagar junto a diversas bibliotecas (as públicas, mas também de escolas, Igrejas ou assim), se não querem ficar com os livros que não vos interessam. Parecendo que não, há sempre alguém interessado... e sempre é melhor que deitar para o lixo ou pôr numa arrecadação ao monte, sem ninguém realmente usufruir deles! Penso eu... :)
E claro que a vida continua...
Beijocas
Teté,
ResponderEliminarTens razão, a vida é mesmo assim não voltamos atrás (aliás muitas das tentativas de reviver acabam em desilusão mas isso é outra conversa). Como disse, por mais que vá dar trabalho é interessante redescobrir a casa do meu avô, ver coisas que o meu pai guardou, ouvir as histórias que elas encerram…
Quanto aos livros agradeço a sugestão (embora já tivéssemos pensado nisso). O “problema” primeiro é exactamente fazer a selecção dos livros que nos interessam e depois então, ver que destino dar aos restantes. Alguns livros até fui eu que ofereci ao meu avô e a maioria desses deverei ficar com eles, pois nunca ofereço um livro que não me interessasse ler ;)
Beijinhos,
FATifer
Brandie, agora que falas nisso... parece-me que este blogue anda de dieta! É que não falamos em bolos e afins há décadas!!! Vamos ter de alterar isso, que eu acho que as pessoas bem alimentadinhas são bem mais felizes!
ResponderEliminarFATifer, não querendo desviar-me muito do tema do post e de todo o simbolismo que tantas das coisas do teu avô guardam para ti (o que te acompanhará toda a tua vida), não consigo evitar contar uma coisa que o meu padrinho (também já falecido) costumava dizer e que não é muito diferente do que o que a tua avó diz. Ele era considerado uma pessoa abastada mas, no entanto, se passasse por um prego ferrugento baixava-se, apanhava-o, guardava-o e quando confrontado com esse tipo de atitudes respondia:
"a aproveitar o que os outros deixaram é que eu enriqueci"
Claro que quem conhecia a vida dele sabia que possivelmente se referia ao facto de, na sua longinqua juventude, aos 25 anos ter casado com a viuva do patrão que tinha 65... meros detalhes, lol.
Ou seja, não tenhas ideias e não exageres! ;)
A Vida continua e compete a nós fazer com que continue cada vez melhor!
Beijos :)
Cara deusa Pax,
ResponderEliminarClaro que nos compete fazer para que a vida continue a melhorar ;)
Quanto a minha forma de estar não acho que exagere (ok depende do ponto de referência, claro). É uma boa frase, essa do teu padrinho mas não acho que a possa citar pois suspeito que não enriquecerei monetariamente. Digo isto pois prezo muito mais outras riquezas que parecem nem sempre ser compatíveis com a monetária…
Beijinho,
FATifer