quinta-feira, 29 de abril de 2010

O (in)sustentável peso da Verdade

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Há uma coisa que, por mais que eu olhe para trás na minha vida, não consigo encontrar um único exemplo de que alguma vez tenha sido verdadeira e me tenha arrependido. Nunca.
Não consigo arrepender-me por, em momento algum, ter respondido com a verdade ao que me foi perguntado, principalmente a alguém de quem gosto.
Mas já menti. E já lamentei te-lo feito.
Já me mentiram. Já lamentei, e irremediavelmente muito, por mo terem feito. Penso mesmo que talvez seja a única mágoa que consigo guardar de alguém de quem tenha gostado: o facto de me ter mentido, de não ter tido o carácter suficiente para enfrentar as consequências da verdade, fosse ela qual fosse.
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Já sofri, e muito, como resultado de ter dito a verdade. Mas sofrimento não implica arrependimento.
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Meço por mim o que acho que mais faz sofrer os outros e prefiro mil vezes magoar alguém com uma verdade do que com a piedade da falta dela.
Sofro as consequências. Bem mais difíceis do que qualquer rodear de questão, do que qualquer sorriso de negação. Consequências, quem sabe, tão irremediaveis quanto o facto que lhes deu origem... e o de não ser negado. E seria tão fácil negar...
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Mas, chorar por chorar, prefiro chorar em consequência de não ter querido mentir do que por não ter sido verdadeira, principalmente comigo própria.
Principalmente a quem respeito e amo, duvido que alguma vez queira saber mentir. Quem me respeitar e amar, só tem de saber o que para si valerá mais.
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8 comentários:

  1. … o mundo seria um lugar muito melhor se todos fossem como tu oh deusa!

    (eu tento…)

    Beijinhos,
    FATifer

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  2. Concordo absolutamente! Essa dos paninhos quentes e palmadinhas nas costas, para não desiludirmos os outros com uma verdade, ou eles não nos desiludirem a nós, não faz nada o meu género!

    Isso não quer dizer que se ande por aí a apregoar "verdades" - muitas vezes prefiro ficar calada! Até porque muitas vezes não tenho nada a ver com o assunto, além de ser possível que nem conheça os dados todos.

    Mas arrepender-me de dizer aquilo que acho ser verdade, também nunca me aconteceu! E espero sempre que os outros também nunca se arrependam de me as dizer, quando for necessário. Pode ser duro, na altura, mas pior ainda é ser a última a saber. Assim como o corno! ;)

    Beijocas!

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  3. Já os antigos diziam que a verdade é como o azeite e vem sempre ao de cima e que a mentira é como um gato, sempre escondida com o rabo de fora, por isso doa o que doer...

    Beijos

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  4. FATifer,

    (Finalmente consigo ter tempo e net para vir aqui:)

    Por falar em Verdade...

    Não mintas!!!
    ;)

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  5. Teté,

    Já muitas vezes me abstive de dizer o que pensava... apenas por saber que o que pensava iria magoar alguém mas quando alguém me faz uma pergunta directa e me obriga a um "sim ou não?"... aí já não consigo fugir muito. As consequências vêm é depois!

    Seja como for, arrepender-me por ter mentido deve ser uma sensação bem pior do que enfrentar as consequências de uma verdade, ainda que dolorosa e acredito que destrua bem mais, ainda por cima coisas tão importantes como são a confiança e a amizade.

    :)

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  6. LBJ,

    Há coisas que até conseguiriamos esconder para sempre, que nem são tão importantes assim... mas nós saberiamos ser mentira. Resta saber se conseguimos lidar ou não com o facto de vivermos nela. Eu não me parece que conseguisse. Nem gostaria sequer de tentar.

    :)

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  7. Tens razão oh deusa,

    Eu não tento ser como tu pois sou apenas um mero mortal… ;)

    Beijinhos,
    FATifer

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  8. FATifer,

    Se houvesse aqui um boneco que fizesse uma careta... oferecia-to agora!

    ;)

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