domingo, 31 de agosto de 2008

Um sorriso especial…


Não sei se é só da habitual angústia existencial de domingo mas deu-me para recordar… e decidi partilhar um episódio que considero, talvez, o acto mais altruísta que alguma vez tive... não por ser um grande feito mas… o melhor é lerem e depois julgam por vós…

(Introdução/enquadramento)

No último ano da faculdade arranjei um estágio numa empresa perto de Aveiro (Vagos para ser mais preciso). Como vinha a casa todos os fim-de-semana, fazia duas vezes por semana uma boa parte da A1 na minha linda mota (que nessa altura era novinha). Estabeleci a rotina de parar na estação de serviço de Leiria (que na altura era da Shell) por comodidade e porque (no sentido N/S) uma das meninas da caixa tinha um dos sorrisos mais lindos e radiosos que alguma vez vi – aqueles sorrisos que nos alegram só de olhar!

(o episódio a seguir aconteceu numa das últimas viagens de regresso a Lisboa)

Mota carregada, fato completo, mota a trabalhar, arranco… (o frio de Dezembro obriga-me a fechar a viseira para que olhos não chorem)… faço-me à estrada, o caminho que tenho a percorrer até chegar ao acesso à A1 tem curvas onde me tenho aprendido a divertir … chego à auto-estrada, enrolo punho, penso nos planos para o fim de semana… vou percorrendo os quilómetros que me separam da “minha” Lisboa…
Placa: “estação de serviço de LEIRIA a 20km” já estou perto, hoje a luz da reserva ainda não acedeu, não vou muito depressa… avisto a estação de serviço, já estou na faixa da direita e a reduzir velocidade… paro , tiro as luvas, o capacete… abasteço, avanço a mota à mão para ao pé da loja (como é meu hábito). Entro na loja “ela não está” (penso), dirijo-me à caixa:

- Boa noite…
- Boa noite.
- Bomba 3, sff
- 12,61€, por favor (a gasolina era a pouco mais de 1€/l, lembram-se?)

Pago… não tenho ninguém atrás de mim…

- Obrigado.
- A sua colega não está cá hoje?
- Está. Está lá dentro…
- Seria possível chamá-la?
- Sim…
- Obrigado.

Vai lá dentro e regressa acompanhada da colega… o sorriso que sentia falta!

- Boa noite.
- Boa noite.

Retiro uma caixa cilíndrica do bolso enquanto digo:

- Desculpe incomodá-la mas queira apenas dar-lhe isto…

(retiro da caixa uma flor de papel, das que faço – raramente ofereço flores naturais pois considero que são demasiado efémeras)

- Para mim?! (na cara dela o espanto não apagara o sorriso)
- Sim para si… há uns tempos que passo por aqui e achei que devia tentar retribuir-lhe o bem que me sabe ver o seu lindo sorriso.
- Obrigado! (vê-se nos olhos e na expressão que está sem jeito e não sabe o que dizer mais…)
- Obrigado eu! Boa noite e nunca perca esse sorriso!

Saí, liguei a mota, anotei os quilómetros (como sempre faço)… montei, antes de voltar o colocar o capacete voltei a olhar para a loja… ela acenou-me e sorriu, retribuí… capacete na cabeça, luvas calçadas, arranco e retomo o meu caminho de volta à “minha” Lisboa…



Nunca mais vi aquele sorriso mas ainda hoje penso o que terá ela sentido ao ver minha flor? Será que ainda a tem? Recordo aquele momento com carinho… foi algo que fiz porque achei que devia, porque achei que era correcto… senti-me bem ao fazê-lo, como me senti bem sempre que vi o seu sorriso. Aquele sorriso era para mim um tónico naquelas viagens… e foi por isso que decidi tentar retribuir com aquele gesto. A menina da Shell de Leiria terá sempre um cantinho no meu coração… por mais que nunca tenha sabido o seu nome, o seu sorriso, esse, nunca o esquecerei!


Votos de boa semana para todos,
FATifer

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Ser motociclista…

“…és muito limpinho para quem anda de mota…”

Foi por me lembrar desta frase que em conversa me dirigiram, um dia destes, que decidi divagar um pouco sobre esta que é, para mim, uma forma de estar…

Como já disse por aqui algures, eu só ando de mota (faça chuva, faça sol). Ando de mota porque gosto, porque posso... é um prazer diário do qual não me quero privar. Não vivo para mota (como o lema “ride to live, live to ride”), a mota para mim é o veículo que escolhi porque gosto. Nunca fui a uma concentração (talvez vá a Faro uma vez, para não morrer estúpido).

Olhando para frase que citei… compreendo o porquê de me terem dito isso… diria que não encaixo bem nos estereótipos motard, motoqueiro, etc… por isso digo que sou motociclista. Aliás, para mim, motoqueiro é depreciativo (eu sei, em brasileiro é equivalente a motociclista mas, no meu conceito, é mais membro de biker gang à americana … “feio, porco e mau”). Não vou aqui dizer que consigo andar sempre limpinho, quem anda de mota sabe que os mosquitos adoram capacetes e blusões ;)… mas a frase refere-se a um estereótipo, que cada de nós tem na cabeça, do tipo de pessoa que anda de mota, (pode ser subjectivo mas) talvez não encaixe na maioria. Por isso não pude conter um sorriso quando me disseram esta frase.

Estereótipos são estereótipos mas, para mim, qualquer um pode e deve andar de mota… pensado bem se calhar é melhor não… alguns automobilistas que vejo por aí, com uma mota nas mãos não duravam muito ou então davam ainda pior fama aos motociclistas… mas por outro lado acho que seria bom haver mais automobilista que fossem motociclistas; ajudava a perceberem melhor que certas manobras, consideradas autênticas loucuras, não o são (tanto assim). Não falo daqueles srs que andam de mota e que passam a 200 entre o separador central e o vosso carro, esses sim são doidos (e não devem continuar a sê-lo por muito tempo ou então são mesmo protegidos pela sorte!) falo de manobras, como: passar entre duas filas de trânsito, estar ainda a acelerar ao chegar perto de um semáforo quando todos os carros já estão a travar, etc. Haver mais automobilistas que fossem motociclistas ajudava também a que mais gente se apercebesse que o motociclista está lá, onde pode aparecer, o que pode fazer. Haveria, provavelmente também, menos automobilistas a impedir a passagem… sim, felizmente, muitos já nos dão passagem mas continua a haver alguns que, propositadamente ou não, nem se apercebem que nós existimos ou fazem memo gala em nos dificultar a vida…

Ser motociclista neste país ainda é ser um ser à parte… ser diferente… cumprimentar, com um aceno, qualquer um só porque também anda de mota… só quem é percebe o que se sente, só quem gosta de conduzir uma mota entendo do que falo… é, como disse, uma forma de estar… a minha.

Votos de bom fds para todos,
FATifer

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

WALL E

http://www.pixar.com/featurefilms/walle/

Não vou estragar para quem ainda não viu, apenas direi que há muito a aprender neste fantástico filme! Por isso recomendo que vão ver – eu já fui duas vezes ;)


FATifer

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Para quem ainda não conhece...


"Aeroporto de Lisboa, 15h30m.

Tenho um pequeno mal-estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que
uma cagadela não aliviasse. Mas, atrasado para apanhar o autocarro que me
levaria para o aeroporto, do outro lado da cidade, de onde partiria o voo
para Estocolmo, resolvi segurar as pontas "Afinal de contas, são só uns 15
minutos de viagem. Ao chegar lá, tenho tempo de sobra para dar uma cagadela,
tranquilo".
O avião só sairia as 16h30m.
Entrei no autocarro, sem sanitários, senti a primeira contracção e tomei
consciência de que a minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um
parto de cócoras assim que entrasse no W.C. do aeroporto.
Virei-me para o meu amigo que me acompanhava e, subtilmente, disse-lhe:
"Fogo, mal posso esperar para chegar ao aeroporto porque preciso largar a
farinheira."
Nesse momento, senti o cagalhão a beliscar as minhas cuecas, mas pus a força
de vontade a trabalhar e segurei a onda.
O autocarro nem tinha começado a andar quando para meu desespero, uma voz
disse pelo altifalante:
"Senhoras e senhores, devido ao muito trânsito, a nossa viagem até ao
aeroporto levará cerca de 1 hora".
Aí o cagalhão ficou maluco e tentou sair a qualquer custo! Fiz um esforço
hercúleo para segurar o comboio de merda. Suava em bicas. O meu amigo
percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para gozar comigo.
O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais indicando que, pelo
menos por enquanto, as coisas tinham-se acomodado por ali. Tentava-me
distrair vendo a paisagem mas só conseguia pensar numa casa de banho com uma
sanita, tão branca e tão limpa que daria para almoçar nela! E o papel
higiénico então: era branco e macio e com textura e perfume e...oops!
Senti um volume almofadado entre o meu traseiro e o assento do autocarro e
percebi consternado que me havia cagado. Um cocó sólido e comprido daqueles
que dão orgulho de pai ao seu autor. Daqueles que dá vontade de ligar para
os amigos e parentes e convidá-los a apreciar, na sanita, tão perfeita obra!
Daria até para a expor no CCB! Mas, sem dúvida, não neste caso. Olhei para o
meu amigo, procurando um pouco de solidariedade, e confessei-lhe de modo
muito sério:
"Olha, caguei- me."
Quando o meu amigo parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou-me a
ficar no centro da cidade, onde o autocarro faria escala a meio da viagem, e
que me limpasse em algum lugar.
Mas resolvi que ia seguir viagem, pois agora estava tudo sob controlo.
"Que se lixe, limpo-me no aeroporto," – pensei - "pior do que estou não
fico".
Mal o autocarro entrou em movimento, a cólica recomeçou forte.
Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira, mas não pude evitar, e sem muita
cerimónia ou anunciação, veio a segunda leva de merda. Desta vez como uma
pasta morna.
Foi merda para tudo que é lado, borrando, esquentando e lambuzando o cu,
cuecas, a barra da camisa, pernas, calças, meias e pés.
Logo a seguir, mais uma cólica anunciando mais merda, agora líquida, das que
queimam o fofo do freguês ao sair rumo à liberdade. E, no instante seguinte,
um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar...afinal de contas o que era
um peidinho para quem já estava todo cagado?
Já o peido seguinte foi do tipo que pesa e eu caguei-me pela quarta vez.
Lembrei-me de um amigo que, certa vez, estava com tanta caganeira que
resolveu pôr um penso higiénico nas cuecas, mas colocou-o com as linhas
adesivas viradas para cima e, quando quis tirá-lo, levou metade dos pêlos do
rabo junto. Mas era tarde demais para tal artifício absorvente. Tinha
menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia ajudar-me a
limpar a sujeira.
Finalmente cheguei ao aeroporto e, saindo apressado com passos curtinhos,
supliquei ao meu amigo que apanhasse a minha mala na bagageira do autocarro
e a levasse aos sanitários do aeroporto para que eu pudesse trocar de
roupas.
Corri para a casa de banho e entrando de porta em porta, constatei a falta
de papel higiénico em todas as cinco portas. Olhei para cima e blasfemei:
"Agora chega, Pá!"
Entrei na última porta, mesmo sem papel, e tirei a roupa toda para analisar
a minha situação (que conclui como sendo o fundo do poço) e esperar pela
mala da salvação, com roupas limpinhas e cheirosas e com ela uma lufada de
dignidade no meu dia.
Entretanto, o meu amigo entrou na casa de banho cheio de pressa... já tinha
feito o "check- in" e disse-me que tinha que ir depressa avisar o voo para
esperarem por nós.
Mandou por cima da porta o cartão de embarque e a minha maleta de mão e saiu
antes de qualquer protesto de minha parte.
Ele tinha-se enganado na mala que eu aguardava e já tinha despachado a mala
com roupas.
Na mala de mão só tinha um pullover de lã com gola em bico. A temperatura em
Lisboa nesta altura era de aproximadamente 37 graus.
Desesperado, comecei a analisar quais das minhas roupas seriam, de algum
modo, aproveitáveis.
As minhas cuecas, mandei – as para o lixo. A camisa era história. As calças
estavam deploráveis, assim como as minhas meias, que mudaram de cor tingidas
pela merda. Aos meus sapatos dava-lhes nota 3, numa escala de 1 a 10. Teria
que improvisar. A invenção é filha da necessidade, então transformei uma
simples casa de banho pública numa magnífica máquina de lavar. Virei as
calças do lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a parte atingida na
água.
Comecei a dar ao autoclismo até que o grosso da merda se desprendeu.
Estava pronto para embarcar.
Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em direcção ao portão de embarque
trajando sapatos sem meias, calças vestidas do avesso e molhadas da cintura
até ao joelho (não exactamente limpas) e o pullover de gola em bico sem
camisa. Mas caminhava com a dignidade de um lorde.
Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam à espera do "rapaz que
estava na casa de banho" e atravessei todo o corredor até ao meu assento ao
lado do meu amigo que sorria.
A hospedeira aproximou-se e perguntou-me se precisava de algo. Eu cheguei a
pensar em pedir uma gilette para cortar os pulsos ou 130 toalhinhas
perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante, mas decidi não as
pedir... e respondi-lhe com uma esforçada cara angélica:
"Nada, obrigado"...



Rui Felício "



Para quem não conhece... :)

Abreijossssss

domingo, 24 de agosto de 2008

Sozinho na multidão…

É assim que sempre me senti. Não, este não vai ser um texto de lamento, do coitadinho de mim, não, apenas estou a constatar um facto. Nunca tive medo de estar sozinho (cedo percebi que estamos condenados a estar sozinhos connosco próprios), também nunca senti necessidade de “pertencer” a isto ou aquilo, aquele ou este grupo… sempre fui eu e pronto… isto, inevitavelmente, acaba por me colocar um pouco à parte (e isso também se sente, pode não incomodar mas sente-se).
Há uma frase que o Palma usa numa canção (frágil) com a qual sempre me identifiquei bastante: “dou-me com toda a gente, não me dou a ninguém”. É verdade, poucos serão os que me conhecem realmente.
Por outro lado tenho pessoas que estimo e não quero deixar de considerar meus amigos, pessoas que sabem que de mim terão tudo o que estiver ao meu alcance, pois eu sei que o merecem… dizem vocês “vês, não estás sozinho…” pois, talvez, por momentos, não esteja… mas que me sinto assim, sinto-me… não abandonado mas sozinho, porque estou, porque enquanto todos à minha volta se divertem, eu penso em “coisas estúpidas”, problemas sem solução, questões que sei a resposta mas prefiro ignorá-la, à espera de estar errado… mas não estou. Vejo o mundo passar a minha volta mas prefiro continuar no meu mundo, pequeno, protegido… colecciono momentos, pequenos prazeres, que vão fazendo parte de mim, não por serem meus mas porque me lembro deles, um cheiro, uma música, um sorriso, um momento, uma imagem, um raio de luz… e para quê?... para partilhar (aqueles que se podem partilhar) com outros e, por momentos, não estar sozinho porque, por momentos, estamos a experienciar o mesmo… sim por vezes pergunto-me se, quando partilho o que gosto, com aqueles de quem gosto, estou a ser altruísta? Ou será que, quando ofereço algo, estarei apenas a fazê-lo porque gosto de ver a satisfação nos olhos dos outros? Porque gosto de ouvir o “obrigado”, o “como adivinhaste?... (vêem o tipo de perguntas “estúpidas” com que gasto o meu tempo?).



Lembrei-me desta foto, não sei porquê mas achei que ficava bem aqui… ou então foi só vontade de partilhar qualquer coisa para não me sentir sozinho… ;)


FATifer

sábado, 23 de agosto de 2008

Quando algo nos deixa a pensar…

Este texto deste blogger deixou-me a pensar (sim, já sei, isso é mau). Como alguém disse nos comentários “já perdeste mais amigos do que eu tenho” terá sido a primeira constatação. Outras seguiram-se-lhe, algumas recorrentes, como o facto de que quanto mais leio o que ele escreve (e outros, como as minhas companheiras de blog), mais reforço a noção de quão pequeno e protegido é o meu mundo. Tenho a felicidade de poder dizer que não sei o que é essa dor de perder alguém querido, por isso apenas posso imaginar como é…

Tal como o Crest© afirma, não considero que tenha medo da morte embora não possa dizer, como ele, que já vivi tudo o que esperava viver. Estou, porque sempre fui assim, em paz comigo e isso dá-me essa capacidade de aceitar a morte. Não quero com isso dizer que não me importava de morrer agora, claro que me importava e lamentaria tudo o que deixava por fazer, apenas digo que essa ideia não me assusta, é diferente. Por mim viveria enquanto fosse eu e não um vegetal como, infelizmente, se vê muitos nesses locais que alguns chamam lares mas mais parecem depósitos de seres que já foram pessoas…
Perder alguém que estimamos deve ser algo muito difícil. Eu que, como disse, nunca passei por isso não consegui evitar um sentimento de tristeza e até angústia ao ler o texto que referi, só posso imaginar o que será ler um texto desses já tendo passado por algo similar.

Fica a reflexão, porque o texto é forte (como o são muito do Crest©) e não pude deixar de ficar a pensar nele.


FATifer

Orgulho motociclista

Podia ficar calado e ninguém saberia mas apetece-me partilhar mais uma ferida no meu orgulho motociclista que ontem sofri. Pois é, deixei cair a mota na situação mais estúpida possível: quase parado na garagem! A mota está perfeita, não lhe acrescentei nem um risco mas o orgulho ficou ferido até porque, tinha acabado de fazer o meu regresso a casa quase em tempo record. Por mais que não acredite nisso, há mesmo coisas que parecem escritas. Aqui parecia que alguém me estava a dizer: “ achas que és “muita bom” então toma lá a motinha no chão!” – só quem tem uma mota e já a viu neste estado “desamparado” consegue saber o que se sente nessa altura…


FATifer

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Homens

Tinha comentado que um destes dias escreveria um post a dizer bem dos homens!
É hoje!

Apetece-me contrariar a minha veia da maledicência e dizer BEM deles.

Isto de vez em quando também convém, que os blogues também são lidos por exemplares deste sexo e é a chamada técnica do "uma no cravo e outra na ferradura"

Para mostrar o quanto um homem pode ser inteligente, previdente, coerente e outros entes dos quais agora não me consigo lembrar, aqui vai uma história verídica que retrata um desses exemplares na perfeição:

Um homem tinha três namoradas e não sabia com qual delas deveria casar.

Resolveu então, muito inteligentemente, fazer um teste para ver qual teria mais qualidades para escolher para esposa.

Tirou três mil euros do banco, deu mil a cada uma e disse-lhes:

- Gastem como quiserem.

A primeira foi ao shopping, comprou roupas, sapatos, lingerie e foi a um salão de beleza.

Disse-lhe:
- Gastei o dinheiro todo para ficar mais bonita para ti, para te agradar. Tudo isso porque te amo.

A segunda foi ao mesmo shopping, comprou roupas para ele, um leitor de CD, uns tacos de golfe e vários filmes pornográficos.

Disse-lhe:
- Gastei o teu dinheiro todo para te fazer mais feliz, para te agradar. Tudo isso porque te amo.

A terceira usou o dinheiro aplicando-o em acções. Em três dias duplicou o investimento, devolveu os mil euros ao namorado e disse-lhe:
- Apliquei o teu dinheiro e ganhei o meu. Agora posso fazer o que quiser com o meu dinheiro. Tudo isso porque eu te amo.


Então homem pensou,

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou... (os homens pensam muito...)

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou.... (sim, que os homens, pensam mesmo, mesmo muito...)

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

E casou com a que tinha as mamas maiores!


Sim , porque os homem pensam muito, muito que é para depois poderem fazer sempre (cof, cof) a coisa certa!


P.S.
Peço desculpa pelo facto de ser um post tãooooo longo, mas precisava de muitas linhas para poder dizer assim todo este BEM dos homens!

;)

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Exit only

Inspirada no tema (que a foto abaixo não deixa dúvidas sobre qual será) que tenho visto ser abordado por bloggers amigos a quem visito e depois das minhas colegas de blogue também já terem deixado a suas opiniões sobre o que (e se) gostam... achei por bem partilhar os meus próprios gostos e opinião.

Escrevi um texto com 985 palavras sobre essas minhas preferências que, de um modo inequívoco, as demonstravam mas, como me lembrei de que uma imagem vale mais do que 1000 palavras, penso que assim me explicarei melhor:

No entanto, costumo ter presente que já por várias vezes na minha vida mudei de opinião a respeito de várias coisas... mas só por alguém me ter demonstrado benefícios com argumentos válidos, que a isso me levaram. Neste caso, não me parece...


;)

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Antes e depois do casamento

Está mais que visto e provado que o casamento é um ponto importante e de mudança na vida de toda a gente.

Certamente que todos concordam que terá vantagens e desvantagens.

Muitas coisas acontecem antes que não acontecerão depois e vice-versa.

Uma das coisas que pode mudar é ...

A ordem das frases que se trocam.

Por exemplo:

Antes do casamento:

Ele: Não imaginas há quanto estou à espera desse momento...
Ela: Queres que eu vá embora?
Ele: Não! Nem penses nisso!
Ela: Amas-me?
Ele: Mas é claro que sim!
Ela: Já alguma vez me enganaste?
Ele: Não! Porque me perguntas isso?
Ela: Vais beijar-me?
Ele: Claro!
Ela: Vais bater-me?
Ele: De maneira alguma! Não sou esse tipo de gente...
Ela: Posso confiar em ti?
Ele: Sim.
Ela: Querido...

Para saberem o que acontece depois do casamento, leiam o mesmo texto começando de baixo para cima.
:)

domingo, 17 de agosto de 2008

Pequenos prazeres…

Domingo é para mim um dia de pequenos prazeres… gosto de acordar cedo e ver as corridas de motas ou acordar tarde porque me deitei tarde (sim para acordar tarde só mesmo deitando-me tarde e tem de ser bem tarde) e aí o prazer começou ainda no sábado…

Almoço sempre tarde ao domingo… gosto de comer bem, beber bem e rematar a refeição com um bom digestivo a acompanhar o café, que bebo por prazer (se fumasse, acho que a tudo isto juntava um charuto ou pelo menos, uma boa cigarrilha).

Num dia de total preguiça, não faço muito mais que isso, posso nem sair de casa, ficando a ler ou a ver qualquer coisa (filme, série, futebol o que for) ou mesmo a jogar no pc ou em consolas…

Há no entanto domingos em que faço outras coisas… vou ao cinema, dou um passeio de mota, vou ver o mar, vou almoçar num restaurante que gosto (bem acompanhado claro), fico numa esplanada a conversar, vejo um por do sol…


O que quero dizer com isto tudo? Nada de especial, apenas que me sinto um ser privilegiado por poder dizer que, no geral, o domingo para mim é um dia onde me entrego aos meus pequenos prazeres. Espero que também façam o mesmo, mesmo que não em todos os domingos…


Votos de boa semana para todos,
FATifer

Saudades de uma amiga...

Hoje vou escrever para alguém de quem sinto saudades. Alguém que um dia pareceu merecer o título de Amiga (ver post “Amigos e amigos”). Alguém que chegou a ligar-me todos os dias. Alguém a quem eu preciso dizer isto, nem que seja só escrito aqui…

Minha amiga,
Passaram 5 anos desde o dia quem me decepcionaste. Podias ter escolhido outro dia (talvez com a minha memoria, não fizesse grande diferença mas) o dia dos meu aniversário não foi a melhor data pois não? Ainda hoje não sei (e nem quero saber) o que te aconteceu mas deixaste-me preocupado contigo. Nesta era dos telemóveis e à velocidade que escreves não há razão, 10 segundos seriam assim tanto tempo?
Depois daquele dia afastámo-nos… acabaram-se as longas conversas, os cafés, os passeios… perdemos a ligação especial que tínhamos. Já deixei de tentar explicar ou compreender, a vida dá as suas voltas e talvez eu fosse preciso naquela altura na tua vida… ficam as saudades de alguém com quem adorava estar. Guardo apenas a pessoa linda que sempre achei que és e espero que a vida te tenha sorrido como sempre achei que merecias…


Um beijinho e até sempre Filipa,
FATifer

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

De Espanha...


"Nem bom vento nem bom casamento"

Muitas pessoas que usam esta expressão, nem saberão a sua origem.

Compreensivelmente, o vento vindo de Este ou de Norte é muitas vezes frio, forte e chuvoso: o chamado "mau tempo" e, também...
.
É, como sempre, mais uma teoria mas não deixa de ter o seu interesse:

Em 1785, com apenas 10 anos de idade, a filha mais velha de Carlos IV de Espanha, D. Carlota Joaquina de Bourbon, teve o seu casamento arranjado com o 2º filho de Maria I de Portugal, o futuro D. João VI.

Com a morte prematura do primogénito de D. Maria I, acaba por se tornar rainha de Portugal.
.
Ora, acontece que (como podem ver pelas imagens), D. Carlota Joaquina era uma mulher bastante feia e, a agravar o facto, era uma mulher pouco dócil (como seria o ideal feminino), má, intriguista, autoritária, de temperamento violento, conflituoso e dada a ataques de fúria.
Ainda, tipo cereja no cimo do bolo: infiel.
.
A esposa de D. João VI (e que também nada devia à beleza) é assim fisicamente descrita pela marquesa de Abrantes, Laura Junot: "cabelos sujos e revoltos, lábios muito finos e arroxeados adornados por um buço espesso e dentes desiguais como a flauta de Pã".

Pior é que só escolhia para companhia belas damas que, ao invés a contagiarem com a sua beleza, só lhe acentuavam ainda mais, por comparação, a falta de atributos.
.
Inconformada com o pouco poder e protagonismo, intentou contra o poder do próprio marido, liderando, inclusive, um partido em sua oposição.

Sonhava com a grandeza de Espanha, menosprezando Portugal e a sua independência e infernizava o quanto podia a vida ao monarca.

D. João VI viveu com ela em constante desavença e dela acabou por se separar, deixando-a no Palácio de Queluz e mudando-se para o de Mafra (numa época em que os dois palácios ficavam a um dia de viagem de distancia).

Conta-se que Carlota Joaquina corria pelas salas de Queluz, de chinelo na mão, atrás dos filhos, o que, imagino, teria sido uma visão aterradora.

Teve nove filhos. Calcula-se que cinco seriam mesmo filhos do marido.

Segundo consta, na lua de mel (alguns anos após o casamento contratado) ter-lhe-á dado uma dentada para impedir a consumação do mesmo mas nem os moços da estrebaria escapavam às suas tendências ninfomaníacas.
.
Com as invasões francesas foi com a corte para o Brasil, onde tentou (sem sucesso) criar um trono para si e tornar-se também rainha das colónias espanholas, devido ao aprisionamento de seus pais e irmãos pelas tropas napoleónicas, lá continuando a ter vários amantes.

Mesmo no Brasil viveram em palácios separados.
O rei mandava que a não contrariassem para que se mantivesse calma e existem relatos de que chicoteava quem não se curvasse na rua à sua passagem.

No regresso a Portugal, a continuação das suas acções politicas contra o marido valeram-lhe a confinação a Queluz.

Acabou por falecer, ignorada, no seu desterro de Queluz (morte natural ou suicídio) em 1830, 4 anos após a morte (natural ou por envenenamento) de D. João VI.

Carlota Joaquina foi a mulher "feia e atarracada" que se zangou com a duquesa de Alba por ciumes de Goya.
Foi a mulher que dormiu com todos os que quis e não só com aquele que lhe foi destinado e foi uma mulher inteligente que tentou conquistar um lugar de liderança politica numa sociedade onde só as opiniões masculinas valiam.
.
A princesa espanhola foi, sem duvida alguma, uma mulher demasiado voluntariosa e libertina para a época em que viveu e a rainha mais feia, má e infiel da história de Portugal (pelo menos em fama), o que lhe valeu a origem de um dos provérbios mais nossos conhecidos; no entanto, convém não esquecer que D. Isabel de Aragão, a esposa de D. Dinis e rainha santa de Portugal... também veio dos mesmos lados.
:)

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Já não há mulheres perfeitas...




Encontrei estas "pérolas" e não poderia deixar de as partilhar.


Educação Feminina


(Frases retiradas de revistas femininas da década de 50 e 60):



- Não se deve irritar o homem com ciúmes e dúvidas.
(Jornal das Moças, 1957)

Concordo. Deve-se-lhe mergulhar a cabeça debaixo de água até ele confessar de uma vez se sim ou se não.

- Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar seu carinho e provas de afecto.
(Revista Cláudia, 1962)

Completamente! Uma bela massagem com o cabo da vassoura, por exemplo.

- A desarrumação numa casa de banho desperta no marido a vontade de ir tomar banho fora de casa.
(Jornal das Moças, 1965)

E deve mesmo ir! Desde que não leve o champoo, só faz economia (inclusive na conta da água no fim do mês).

- A mulher deve fazer o marido descansar nas horas vagas. Nada de incomodá-lo com serviços domésticos.
(Jornal das Moças, 1959)

Concerteza! Até porque a inteligência masculina é suficiente para saber o que é preciso fazer e ela nem ter de o incomodar com os pedidos.

- Se o seu marido fuma, não arranje uma zanga pelo simples facto de caírem cinzas nos tapetes. Tenha cinzeiros espalhados por toda a casa.
(Jornal das Moças, 1957)

Simpático, mas mesmo simpático, seria manda-lo para a varanda ver a bela paisagem de neve...

- A mulher deve estar ciente de que dificilmente um homem pode perdoar a uma mulher que não tenha resistido a experiências pré nupciais, mostrando que era perfeita e única, exactamente como ele a idealizara.
(Revista Cláudia, 1962)

Eu cá não perdoava era a um homem que estivesse à espera do dia do casamento para aprender alguma coisita... mas isso sou eu que já nasci depois desta época tão dourada e não tive uma educação tão ... esmerada.

- Mesmo que um homem consiga divertir-se com sua namorada ou noiva, na verdade ele não irá gostar de ver que ela cedeu.
(Revista Querida, 1954)

Se não gosta de ver, pode sempre vedar os olhos... aliás, dizem que isso até aumenta o prazer.

- O noivado longo é um perigo.
(Revista Querida, 1953)

Porquê?! Porque ela pode acordar um dia e ver que namora com um idiota?

- É fundamental manter sempre a aparência impecável diante do marido.
(Jornal das Moças, 1957)

É mesmo! E não deixar que ele lhe toque muito, que é para não a despentear.

E para finalizar:

- O lugar da mulher é no lar. O trabalho fora de casa masculiniza.
(Revista Querida, 1955)

A conclusão a que eu chego:

Ora, nem mais! O homem deveria ter capacidade económica (nem que tivesse de arranjar três empregos) para sustentar as massagens, institutos e produtos de beleza, cabeleireiros, saunas, ginásios e, principalmente, os personal trainers com que as mulheres ocupariam o seu tempo nos intervalos da limpeza da casa de banho! Além de que, com tantos empregos e cansaço, elas não desconfiariam das suas infidelidades e viveriam todos felizes para sempre!!!

A conclusão a que muitos homens chegam:

Já não se fazem revistas didácticas e carregadas de moral e amor como antigamente ...



Cuidado, muito cuidado, alguns e algumas contaram-lhes estas coisas na infância... e eles "andem" aí...
:)

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Verbo quedar: eu quedo, tu quedas, ...

.
Introdução Nº1:

Eu, pessoalmente, tenho muito orgulho nos atletas que nos representam em eventos, ainda que não consigam medalhas.
Tenho orgulho porque acredito que fazem o melhor que podem, lutam para irem mais além e só não vão porque outro alguém poderá revelar-se ainda melhor (independentemente das circunstancias).

Tinha de desabafar isto.


Introdução Nº2:

Sou uma daquelas (muitas) pessoas que acham que fala castelhano. Bem, na verdade, talvez até fale mesmo. Pelo menos não chamo espanhol à língua de nuestros hermanos, o que já é bom.

Ontem, ao ler o jornal, deparei-me com uma dúvida:

Foi a parte castelhana ou a parte portuguesa do meu cérebro que interpretou esta noticia?

"Telma Monteiro não conseguiu melhorar em Pequim a classificação obtida há quatro em Atenas. A judoca do Benfica perdeu no primeiro combate da repescagem contra a espanhola Ana Carrascosa e queda-se pelo nono lugar. "
(Publico, 10-08-2008).

Deduzo, claro, que Atenas tenha sido há quatro anos ... mas, por não conhecer a linguagem própria do judo (se é que existe uma), fiquei com outra dúvida: "queda-se" vem do castelhano que quer dizer "fica-se", ou deve-se ao facto de a Telma ter ficado em nono lugar por causa de uma queda? Ou terá sido ainda por a queda da derrota ter sido causada por uma espanhola?

Grata por qualquer tentativa para elucidação que vos seja possível.


Bem, seja como for (e mesmo sem praticar judo), ainda na semana passada me ía quedando pelas escadas abaixo; a minha sorte foi estar bem agarrada ao corrimano.
;)

domingo, 10 de agosto de 2008

Viagens no meu mundo… II

Procurando por outras, dei comigo a apreciar fotos, umas mais antigas que outras… cada um é como é e eu, nunca gostei muito se tirar fotos a pessoas (muito menos de aparecer em fotos). Tiro normalmente fotos a locais, ou coisas, que me chamam a atenção. Penso que todos o fazemos, não?... mas considero que estou longe do tipo “japonês” que dispara a tudo… selecciono sim, momentos, imagens, que por uma razão ou por outra, ficam na retina.


Alguns exemplos:












Reconhecerão alguns locais… se querem que vos diga nem eu me lembro do nome de alguns mas o que senti neles, os cheiros, os sons… lembro-me como se fosse hoje…

Em tempo de férias talvez passem por algum destes locais, quem sabe?…


De férias ou a trabalhar uma boa semana para todos.

FATifer

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Angústia existencial

Não sei se é de ser a semana depois de férias ou porque está mesmo a ser uma semana infernal mas dei comigo a lembrar-me deste texto que escrevi já nem sei quando…

“Angústia existencial é o que sentimos quando estamos fartos de nós, quando queremos por instantes deixar de ser nós, mas sentimos, isso que sentimos, porque sabemos que não podemos, que estamos presos dentro de nós... então ficamos assim como que murchos... o mundo à nossa volta pode parar que não damos conta, sim ficamos com olhar vago que nada fixa... se alguém nos pergunta o que se passa, dizemos que não é nada que já passa! E continuamos presos aquele sentimento de tentar sentir o nada, o vazio...”

Pois e depressa vou até a outro ainda mais “bem humorado” que deve ter sido escrito logo a seguir…

“O que fazer quando se está tão triste que nem chorar se consegue? Este é um sentimento que não se deseja a ninguém, mas que às vezes sentimos... pensar que só experimentando o mau se pode apreciar o bom, pode ser verdade mas não ajuda... o que fazer? Esperar que passe!”

Porque penso nestes textos? Porque os sinto como se os tivesse acabado de escrever? … não sei… ou será que sei mas finjo não saber?... sim, como sempre, “refilo” de barriga cheia… quem dera a muitos ter a minha vida… desculpem lá mas hoje apeteceu-me mostrar-vos o meu “half empty” side…

FATifer

sábado, 2 de agosto de 2008

Amar e trair

Nunca com intenção de fazer julgamentos de carácter ou de conduta, mas...

Esta é uma das coisas que também não compreendo completamente:
Como é que uma pessoa que diz (e sente) amar profundamente outra, se envolve com uma terceira?
O que a motiva ou impele para a procura de outra relação, mais ou menos casual?
Ou será que, na sua ideia, é sempre casual, ainda que envolva novos sentimentos?

Não quero dizer que isto seja uma prática exclusiva dos homens (acredito que o não seja) mas, os casos que conheço (reais), são todos com homens.

Eu acredito que quando se gosta verdadeiramente de alguém e, se se envolve mais ou menos sentimentalmente com outra pessoa, se comece a sentir o peso da consciência ou do "porquê?" mas... se sabem disso, porque o fazem?
Porque não desviam o primeiro olhar, porque dão o primeiro beijo, porque insistem no primeiro toque?

Sei que isto desde sempre aconteceu. Temos na nossa história casos concretos:
Por exemplo o nosso D. João I.
Segundo se sabe, apesar de o seu ser um casamento de acordo com os interesses da nação, apaixonou-se pela princesa inglesa assim que a conheceu.
Ela chegou a Portugal para casar com ele e, segundo consta, apaixonaram-se e conseguiram fazer amor ainda antes do casamento. Falo dos finais do século XIV, em que as regrar eram bem mais rigorosas do que aquilo que são actualmente.
D. João mandou, por exemplo, construir o Palácio da Vila de Sintra para agradar à sua rainha. O clima húmido e de bruma da serra recordava-lhe a sua Inglaterra. Só e apenas isso.
Mas, no palácio há uma sala com pegas desenhadas no tecto. Segundo a lenda, uma por cada uma das damas da corte.
Terão denunciado à rainha o facto de o marido ter beijado outra. A pega por ser um pássaro muito barulhento, representa o "falar demais".
É no bico das pegas que aparece a divisa do rei: "por bem", ou seja, a desculpa esfarrapada que terá dado à rainha.

Portanto, o homem que terá amado profundamente a esposa, que lhe agradou de todas as formas que conseguiu, com quem viveu uma bela e longa história de Amor e com quem teve a mais brilhante geração de príncipes de Portugal... foi o mesmo homem que teve filhos ilegítimos e que não perdia as oportunidades entre as damas da corte...

Actualmente, acontece exactamente o mesmo.

Aqui, não falo em "não resistir a tentações". Falo em "procurar tentações".
Não falo do copo a mais que se bebeu numa noite quente e uma bela jovem que lhe sorriu num convite... não. Falo no buscar pela noite a uma bela jovem que lhe sorria num convite.
Não falo no ser apanhado por um beijo, falo no inclinar-se para o dar.

Também não me refiro a compromissos ou casamentos monótonos ou sem emoção. Refiro-me a uniões de quem assume amar convictamente a pessoa com quem vive.

Então?
Com que motivação o faz quem o faz?
Com que sentimento se busca o olhar de alguém que, se sabe já, lho poderá prender...?
Com que força amará... quem e se, realmente, ama...