Continuo quase ausente, pouco tenho escrito… acho que também não se sente por aí além a minha falta (felizmente a Pax consegue sempre animar este espaço!), aos (poucos) que sentem falta do que escrevo, as minhas desculpas pela ausência mas continuo mergulhado no meu mundo, num misto de introspecção e necessidade de arrumar física e mentalmente tudo o que me rodeia…
Dou comigo a pensar numa frase que escrevi no ficheiro de Word onde escrevo só para mim:
“a minha mente é como uma esfera não tem cantos onde se possam colocar pensamentos de lado”
Segundo o registo, escrevi esta frase em 25-11-2004 mas ela não passa de mais uma materialização de algo que sinto quase desde sempre… costumo dizer que gostava de ter um botão de “off”, gostava de conseguir parar de pensar, gostava de conseguir fazer como se ouve às vezes “não pense em nada” mas não consigo… se vos contasse as coisas que penso nas situações mais incríveis, acho que não acreditavam… reflectir e analisar parece ser algo de quase doentio em mim… algo que não consigo explicar por que sempre o fiz, porque é parte de mim, porque sempre fui assim, sempre gostei de pensar em coisas que parecem não ter solução…
Não sei explicar porquê mas o que escrevia fez-me lembrar do dia em que pela primeira vez me apercebi que estando numa aula dei comigo a pensar em algo diferente do que o professor dizia, ou da primeira vez que ao ler um livro dei comigo a divagar e a pensar em algo diferente do que estava a ler e a ter de voltar atrás e reler o parágrafo. Alguns de vós poderão nem sequer entender o porquê de estas serem experiências que recordo mas para alguém como eu, acreditem que é algo que não gosto que aconteça… tal como detesto estar a ver um filme e dar comigo a pensar noutra coisa, é sempre mau sinal… daí, talvez, que costume classificar os filmes pelo número de nanossegundos que conseguem fazer com que me esqueça de onde estou, pelo nível de esforço que tenho de fazer para “voltar à realidade”, por assim dizer… principalmente quando vou ao cinema, gosto de acabar de ver um filme com aquela sensação de “bom filme, valeu o dinheiro do bilhete e o meu tempo”. Depois há aqueles filmes que para além disso ainda provocam a vontade de voltar à bilheteira, comprar o bilhete e ir ver outra vez! (já me aconteceu com alguns mas nunca o fiz, ainda…)
Releio o que escrevi até aqui e não encontro uma coerência de pensamento no texto mas talvez seja isso o único factor que o torna coerente, o facto de o ter escrito sem grandes preocupações de o que estava a escrever fosse coerente, permitindo-me saltar de pensamento em pensamento, quase como se quisesse mostrar-vos, de um vislumbre, a forma com este buraco negro que é a minha mente funciona…
Votos de uma boa semana para todos,
FATifer
domingo, 24 de maio de 2009
Mergulhado no meu mundo…
29 comentários:
Este local serve para largar comentários, daqueles, dos inteligentes e com sentido...todos os outros, que consideremos que não cumprem esses critérios, serão eliminados prontamente. Mais...anónimos amigos por favor identifiquem-se, já basta não conhecermos a cara...pelo menos o nome/nick.
Desde já o nosso agradecimento, voltem sempre!
Ah! E a pedido da nossa estimada leitora Van, passamos a avisar que a leitura deste blogue engorda!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sei que não fará diferença o que digo...mas entendo-te perfeitamente. Onde é que se desliga o pensamento?
ResponderEliminarbeijinho
Who Am I,
ResponderEliminarSabia que entenderias este texto. O que dizes faz diferença sim, nem que seja porque assim confirmo que há alguém que me entende ;) (obrigado)
Beijinho,
FATifer
escrever ajuda a limpar a poeira que vai na cabeça. Eu percebo isso
ResponderEliminarpor isso, escreve.
digo eu, que cada um é como cada qual.:)
Suponho que somos todos assim, quando algum problema, contrariedade, emoção ou até paixão nos toma conta do espírito...
ResponderEliminarMas passa! :)
Beijocas!
Claro que sentimos a tua falta!
ResponderEliminar:)
E também acho que todos precisamos desses momentos de introspecção, de "arrumar" tudo os que nos rodeia.
O problema é que não dá mesmo para guardar em cantos da memória o que desagradavelmente nos possa afectar. Dá para tentar mas o sucesso é o tempo e a novas vivencias que o nos ajudam a conseguir.
E há poucas coisas que não tenham solução. Ou seja, desde que tenhamos a consciência de que tudo fizemos para solucionar algo, mais rapidamente o "arrumamos", mais rapidamente lhe arranjamos um canto de onde só saia em raros momentos, onde deixe de nos incomodar.
Há sempre que fazer algo! Há que, ao menos, tentar!
Beijo :)
o pensamento desliga-se na ponta de um revólver.
ResponderEliminarAs minhas desculpas a todos mas, como acho que sabem, não gosto de responder à pressa. Assim amanhã responderei aos comentários que estão sem reposta porque hoje tenho de ir dormir!
ResponderEliminarAté amanhã (ou melhor até logo),
FATifer
Desculpa lá, mas o teu raciocinio foi coerente. :) saltas de pensamento em pensamento, mas há um fio condutor. Mesmo que esse fio só tu o conheças ;-).
ResponderEliminarPercebo perfeitamente o que queres dizer. Tb sou muito dada a perder-me em pensamentos galopantes! A minha mente, por vezes, não vagueia, galopa! E às vezes esqueço-me q os interlocutores não estão a seguir os meus sinais eléctricos, porque me costumam dizer que mudo de assunto com uma velocidade estonteante heheheh.
È uma palavra que te faz lembrar uma situação, que te faz lembrar outra, e te dá uma ideia, que te dá outra ideia, que te leva a pensar isto...e por aí fora! Costumo chamar a isso "sonhar acordada"!
E tenho dias. Há dias em que não consigo pôr um travão, especialmente qd se trata de recordar momentos do passado. Infelizmente, não me limito a recordá-los, mas revivê-los...adiante...
Tb já passei um mau bocado de insónias, em q só dizia o mesmo que tu: quem me dera ter um botão para desligar.
Não sou muito analítica, sou mais de sentir coisas e pensas através do sentir. E isso tb galopa e pode-se tornar assoberbante e insuportável...
Mas uma pessoa vai aprendendo a pôr um travão. Nem que para isso tenha de se tornar, momentaneamente, fria e hirta como uma pedra...
Mas, qd quero, qd me interessa, concentro-me. E sou capaz de ficar absorvida nos filmes e nos livros. Tal como dou comigo a poisar o livro e a divagar sobre o que o dito me fez pensar.
Bem, podia ficar séculos a falar disto... :D
Ah, e todos nós precisamos de mergulhar no nosso próprio mundo de vez em qd. Mas cuidado, não te percas... (eu perdi-me...mas estou a tentar achar-me loool)
ResponderEliminarIntruso,
ResponderEliminarComo muito bem dizes “cada um é como cada qual”. Concordo também que escrever pode ajudar. Por vezes temos necessidade de transmitir o que sentimos/experienciamos e pode ser apenas traduzir em palavras, não é necessário que estas tenham um destinatário …
Escrevi este texto porque me apeteceu (aliás como todos por aqui) e agradeço a quem comenta a opinião que deixa.
Um abraço e volta sempre,
FATifer
Se o que dizes se refere ao pensar, se considerar a norma, terei de concordar contigo que passa mas em relação a mim (e cada um fala por si) digo-te que me parece que penso mais do que devia, analiso mais do que seria desejável… este texto nasce um pouco deste sentimento, ou melhor, da constatação desse facto misturado com a vontade de divagar que sempre tive… se passa … às vezes parece que sim mas volta. Sempre me conheci assim e, sinceramente, acho que não saberia ser de outra forma. O que escrevi não é um lamento, será apenas a tentativa de descrever o que vejo quando me olho ao espelho mas dentro de mim…
ResponderEliminarBeijinhos,
FATifer
Cara deusa Pax,
ResponderEliminarLeio o que escreveste e não consigo deixar de sentir que, embora faça todo o sentido como comentário ao meu texto e concorde que tens muita razão no que dizes, pareces estar a falar também para ti ou será por experiencia própria? :)
Em todo caso, quando disse que não tenho cantos para pôr pensamentos de lado, tentava mais ilustrar o facto de que penso demais nas coisas do que o facto de que não saiba ou não seja capaz de digerir algo que me incomode. Considero que faço relativamente bem o que descreves, embora possa admitir que (feliz ou infelizmente, depende do ponto de vista/opinião) nunca tive situações muito complicadas para resolver na minha vida (várias vezes já disse que me considero um privilegiado a vários níveis).
Quanto a “arrumar tudo o que nos rodeia” neste momento na minha vida essa expressão tem tanto de metafórico como de literal! ;)
Beijinhos,
FATifer
A,
ResponderEliminar(Considerando que te referes à morte) Essa é a única resposta possível à pergunta que deixou a Who Am I. Obrigado por responderes.
Abraço,
FATifer
Vani,
ResponderEliminar(agora é “Vani” que desactualizado que estou que nem me tinha apercebido dessa mudança!)
Eu sabia que tu serias a pessoa que melhor compreenderias este texto porque, como dizes, também és muito assim (não preciso de reafirmar que entendo perfeitamente a tua descrição do saltitar ( galopar) de pensamento em pensamento!).
Já tinhas dito que não és muito de analisar, mais de sentir, é curioso como, mesmo com essa diferença, conseguimos ambos reconhecer a nossa forma de estar no que cada um descreve ;)
Claro que concordo que temos a capacidade de nos concentrar mas, o que descrevi, vem do facto de me lembrar que em tempos tinha uma capacidade de concentração tal que era impensável para mim estar numa aula, por exemplo, e a pensar noutra coisa. Quando fui buscar o exemplo de um filme ou de um livro, usei-os porque gosto de encontrar filmes ou livros em que não tenha de fazer esforço algum, em que fico absorvido “naturalmente” por assim dizer (claro que isso já não é assim tão comum como já foi…)
Quanto a estar “mergulhado e perdido no meu mundo” isso sempre estive. Acho-me todos os dias mas quando mais me encontro mais perdido considero estar… será este o perigo para o qual me alertas? ;)
Beijinhos,
FATifer
PS - já tinha saudades de te ver por aqui pelo nosso espaço! :)
"pareces estar a falar também para ti ou será por experiencia própria?"
ResponderEliminarTudo isso. Aliás, muitas vezes eu gostaria de conseguir seguir os meus próprios conselhos, o que nem sempre acontece :)
"quando disse que não tenho cantos para pôr pensamentos de lado, tentava mais ilustrar o facto de que penso demais nas coisas do que o facto de que não saiba ou não seja capaz de digerir algo que me incomode."
Se pensas demasiado numa coisa é porque não a conseguiste mesmo digerir. É porque, de algum modo, te incomoda. É porque ficou nela algo não definitivamente resolvido. É o que acho.
E não te esqueças de a parte literal da "arrumação" é bem mais facil e rápida de realizar do que a metafórica :)
Lol, pois, andei perdida, à procura de mim mesma. Quando me encontrei, não gostei do que vi, e tenho tido de me reinventar um pouco. :)
ResponderEliminarÉ como dizes, tb gosto de livros e filmes q me façam mergulhar na história. Qd isso não acontece logo nos primeiros capitulos, ou nos primeiros minutos do filme, algo está mal...para mim, claro, lol.
Cara deusa Pax,
ResponderEliminarSe não fosse comum não ser fácil seguirmos os nossos próprios conselhos, não existiria o ditado “faz o que eu digo não faças o que eu faço!” ;)
Quanto à questão do digerir e do pensar, a tua análise e opinião são lógicas. Na verdade, quando se pensa demasiado numa coisa é porque não a consideramos resolvida… visto por esse prisma o mundo todo me incomoda, uma vez que dou comigo a pensar em coisas que passarão completamente ao lado de outros seres (esses talvez bem mais felizes no seu alheamento e ignorância)…
“E não te esqueças de a parte literal da "arrumação" é bem mais facil e rápida de realizar do que a metafórica :)”
Não me esqueço não, por mais que a parte literal esteja a levar o seu tempo e pareça estar para durar, a metafórica pode durar uma vida (no meu caso não digo que não…) :)
Beijinhos,
FATifer
Vani,
ResponderEliminarÉ sempre um bom desafio tentarmos reinventar-nos e até considero um bom sinal sentirmos essa necessidade (estarmos completamente satisfeitos com o que somos é que não é, normalmente, um bom sinal!).
Como já disse, desde que comecei a ler comentários e textos teus, por onde nos cruzávamos aqui na blogosfera, percebi que, mesmo com algumas diferenças inevitáveis, temos uma forma de pensar similar – a questão do encadear pensamentos de uma forma que só nós próprios percebemos a ligação, só quem o faz é que entende a tua descrição ;) … assim não estranho que compreendas e concordes com o que digo sobre filmes e livros. :)
Beijinhos,
FATifer
"dou comigo a pensar em coisas que passarão completamente ao lado de outros seres (esses talvez bem mais felizes no seu alheamento e ignorância)…"
ResponderEliminarNão esqueças também que o pensamento não se vê e nem sempre se adivinha.
Aparentemente passará ao lado, aparentemente apenas.
Ainda tens tudo espalhado pelo chão?!?! Thsssss! Eheheheh, just kidding :)
"dou comigo a pensar em coisas que passarão completamente ao lado de outros seres (esses talvez bem mais felizes no seu alheamento e ignorância)…"
ResponderEliminarBingo!!
Mas, sabes o que é que o psiqui me respondeu? Que isso são questões existenciais de gente rica e que como eu não sou rica não tenho nada de as ter... :-p técnicas de provocação de psiquis...
Mas sabes, essas mesmas ideias que a outros podem ou não passar pela cabeça, andam a dar comigo em doida. Enquanto q uns aceitam aquilo a que se chama a ordem natural das coisas e da sociedade, eu vivo num estado de irritação e rebeldia constantes. Exemplo? A supremacia dos chefinhos. Sabem onde é que a podem enfiar? Sabem?? Experimentem-na comigo e logo vêm como se vão dar...claro que, no mundo real, eu seria logo posta na rua...mas vejo passarem-se certas coisas com pessoas q adoro, vejo a mesma porca de chefa burróidea a prejudicar constantemente pessoas que amo, apenas porque sim, e pergunto-me: porque é que ninguém lhe deu ainda um tiro, pah?????????
Pfff....desculpa lá o mau humor... :)
Ah, quanto ao Vani, lol. Uma amiga começou a chamar-me assim, ainda nos tempos da vanadis ;-). Como Van me começou a soar muito masculino, havendo bloggers q me confundiam com um homo, e sendo eu uma gaija...achei que vani dava uma ideia melhor do que está aqui deste lado...ou talvez não lol.
ResponderEliminarCara deusa Pax,
ResponderEliminarPor mais que tenhas razão e o pensamento não se veja nem se adivinhe, pode-se intuir ou deduzira sua existência (ou não) a partir de atitudes, gestos, coisas que são ditas ou não, etc… e, das duas uma, ou certos seres conseguem disfarçar incrivelmente bem ou então só aparentemente pensam em certas coisas… sim, estou a ser mau mas é a conclusão a que chego quando vejo certas coisas que me rodeiam… (como nem eu te poderei provar, sem sombra de dúvidas, que estou certo nem tu que estou errado fica cada um com a sua impressão…)
Já não está tudo espalhado no chão como viste, uma boa parte mudou de sítio! :P
:)
Beijinhos,
FATifer
Vani,
ResponderEliminar(obrigado pela explicação do “Vani”…)
Quanto a ideias ou técnicas de psiquis, nem vou comentar! :P
Não perder a capacidade de indignação nos dias de hoje é algo de louvar (por mais que possa, na realidade, conduzir à loucura). Não posso dar-te lições ou receitas, apenas direi que acho que saberás relativizar quando precisas… quanto a começar aos tiros a todos os que merecem, até poderia ser uma óptima medida de controlo populacional mas pensa nas coitadas das balas que não merecem tão triste fim!! ;)
Beijinhos,
FATifer
Só para tentar demonstrar, mais uma vez, que tudo é relativo e subjectivo; sejam pensamentos ou objectos, tenho de te dizer que nunca tinha visto uma desarrumação tão meticulosamente organizada e distribuida por um chão! Eheheheh
ResponderEliminarFAT, LOOOOOOOOOOOOOOOOOL! oh pah, eu passo a vida indignada...
ResponderEliminarCara deusa Pax,
ResponderEliminarEu sei que tudo é relativo e subjectivo (e que tens sempre razão)…
“nunca tinha visto uma desarrumação tão meticulosamente organizada e distribuida por um chão!”
:) … sim era e continua a ser uma desarrumação muito organizada ;)
O objectivo é que passe a ser uma arrumação meio desorganizada, isto porque sei que nunca vou ter tudo arrumadinho. Até porque não sou do tipo de pessoa que gosta de viver num museu! ;)
Beijinhos,
FATifer
Vani,
ResponderEliminarComo disse, isso não é necessariamente mau desde que não te conduza à loucura! (para tal é necessário conseguir controlar o sentimento de impotência perante o mundo que a maior parte das vezes daí resulta…)
Reafirmo que me parece que tens capacidade de te reinventar e controlar esse ”complexo Dom Quixote”, por assim dizer ;)
Beijinhos,
FATifer
Complexo dom quixote? lol, gostei dessa! Bem melhor do que disturbio de personalidade com tendencias fóbicas e depressivas...também, síndrome da avestruz ahahahaha.
ResponderEliminarHá coisas q nunca mudam, outras, pode-se sempre tentar. Mas que custa como o raio, custa, e às vezes, enlouquece. Mas deixa lá, tornei-me activista da Amnistia Internacional (ainda nao mandei os meus apelos, tenho de tratar disso...), doei dinheiro a um centro de canitos (pouco, mas pronto, é o que tenho que posso dar) e ainda fiz compras pro banco alimentar...deve dar pra apaziguar a sensação de impotencia durantes uns tempos. Embora não apazigue a impotencia perante casos que se desenrolam à tua frente e contra os quais nada podes fazer...pra já...
Vani,
ResponderEliminarDiz lá que não sou mais simpático a arranjar nomes para as coisas que os psiquis (como lhes chamas). ;)
Bem se esses são os caminhos que escolheste quem sou eu para por em causa, o que interessa é que te sintas bem,, ou pelo menos melhor... (compras para o banco alimentar ainda faço, às vezes).
Beijinhos,
FATifer