Ali Babá e os 40 embaixadores!

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Era uma vez um belo fim de semana de Julho e lá íamos nós, finalmente, ao tão desejado passeio ao Douro!
Bom hotel de 3 estrelas, boas refeições, bom vinho, visitas culturais, visita a uma quinta com prova de Portos e o culminar da viagem: descida do rio em barco, da Régua ao Porto.
Até aqui tudo bem não fosse uma louvável iniciativa da promoção da região do Douro ter levado um grupo de 40 embaixadores e suas respectivas esposas, representantes de países dos cinco cantinhos do planeta, para conhecer a mais antiga região demarcada do mundo e, deste modo, a promover nos seus respectivos países, o que eu acho muitíssimo bem! Até porque não é nada que um qualquer cidadão, deste ou de qualquer outro país aí representado, não possa fazer numa das suas escapadinhas turísticas, como jantar no salão árabe do palácio da bolsa, jantar no Solar da Rede onde uma diária com pequeno almoço custa a partir de 200 euros, dormir no navio-hotel e esses pequenos nadas que fazem parte da vida de quem gosta de passear!
Não duvido nada de que eles tenham gostado! Até eu gostei de que eles tenham gostado! Gostei e espero, muito sinceramente, que a borla de várias dezenas de milhares de euros tenha mesmo valido a pena e cumpra o objectivo. Só não gostei tanto quando a quinta que tínhamos reservado há buééé nos informou que, em termos de segurança, a nossa presença era incompatível com a dos senhores embaixadores e não a poderíamos visitar nem imediatamente antes nem imediatamente depois deles! Que queridos! Preocupados com a nossa segurança! Sim, que não quero chamar-lhes nomes feios ao insinuar que a Segurança se poderia sentir ameaçada connosco, não fosse existir no grupo algum sénior com alguma bengala armadilhada e a deixasse entre duas pipas para explodir à passagem dos senhores embaixadores ou pior, arremessar-lha através dos socalcos! Mas enfim, nada que uns telefonemas e uma outra quinta arranjada à pressa não tenha ajudado a acalmar o inchado ego.
E lá chegámos nós ao nosso barco! Ainda bem que não era o mesmo que eles tinham, que assim já não teríamos de nos preocupar com a nossa segurança... ou quase, que quando o nosso fazia alguma curva em que se avistava ao binóculo o navio-hotel dos 40, lá tínhamos de abrandar a marcha! Ou seja, meia hora de atraso na nossa chegada ao cais de Gaia! Mas valeu a pena, chegámos bem e com os nossos pertences intactos!

O meu muito obrigada à Segurança!
Com o seu sentido de zelo na sua conta, peso e medida certa, encarregaram-se de não os deixar aproximar o suficiente para que não nos conseguissem fazer o assalto!
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