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Eu sou uma optimista incurável!
Assim sendo, vou esperar as vossas respostas para poder ajustar (ou não) a estatística a um número mais correcto (ou então não...).
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domingo, 28 de fevereiro de 2010
Eu cá também não!!!
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Mais um que conto - parte 4
- Joana que cara é essa?
-… estava só a pensar a sorte que tenho de te ter encontrado um dia… a sorte que tenho de me saberes ler tão bem…
- …e tu a mim Joana. Achas que é sorte? Lembra-te do que me disseste pela enésima vez ainda hoje de manhã no guincho… somos um!
- Sim meu amor mas…
- Mas o quê? Não vais pôr em causa que nos encontraríamos neste mundo, vais?
- … pois mas…
- Joana desde a primeira vez que te vi que sabia que serias minha e eu teu… não sei explicar mas sabia!
-… eu também, quando senti o teu olhar… quando pela primeira vez nos olhámos olhos nos olhos, perdi todas as dúvidas que poderia ter alguma vez tido… mas continuo a achar que foi sorte termo-nos encontrado… uma sorte que agradeço todos os dias e ainda mais em momentos como este…
- Joana…
Continuavam a olhar-se olhos nos olhos e Miguel tinha uma expressão que Joana conhecia bem, uma expressão que sempre tinha quando achava que não valia a pena verbalizar porque o seu olhar já era suficiente para ela perceber o que ele queria dizer…
O dia continuava frio e cinzento mas para aqueles dois parecia um dia de Verão luminoso e quente. Levantaram-se e foram até ao terraço. Abraçados contemplam um raio de sol que insiste em passar pelas nuvens e iluminar uma árvore isolada no meio do relvado em frente.
- Joana…
- Sim…
- …queres?
- Quero.
Voltaram para dentro, trocaram de roupa e foram até à garagem. Entraram no M5 e partiram. Estacionaram no parque do aeródromo, cumprimentaram o segurança e seguiram em direcção à pista. O helicóptero estava pronto à espera deles. Entraram e passado o ritual de verificações, descolaram. A paixão pelo voo era partilhada, ambos sabiam pilotar e adoravam aqueles passeios. O tempo tinha melhorado o que permitia uma maior e melhor visibilidade.
- Miguel se calhar tens razão… a força que nos une é tal que encontrar-nos - íamos de qualquer forma.
- … eu sei que tenho razão.
- Convencido!
- …
- … sinto um alívio estranho… enquanto vinha no carro dei comigo a pensar em nomes para o nosso filho…
- Filha… e vai chamar-se Isabel.
- Como sabes que é uma filha?
- …não sei… apenas sei… e também sei que vai ser ainda mais bonita que a mãe… até tenho pena dos homens deste mundo…
- Isabel é um lindo nome…
- …sabia que concordarias… é o teu único defeito é não te chamares Isabel…
- Oh Miguel tu tens cada uma!
Miguel solta uma gargalhada enquanto fixa o horizonte, nem precisa de olhar para ela, sabe exactamente a expressão que ela tem, aquela que ele adora provocar.
Seguem ao longo da costa observando as praias desertas…
O pôr-do-sol já não demora muito, decidem pousar para apreciar o espectáculo. Contemplar o sol a mergulhar nas águas é algo que fazem sempre que podem. Por mais que se repita todos os dias é um acontecimento que parece não perder a sua magia.
FATifer
-… estava só a pensar a sorte que tenho de te ter encontrado um dia… a sorte que tenho de me saberes ler tão bem…
- …e tu a mim Joana. Achas que é sorte? Lembra-te do que me disseste pela enésima vez ainda hoje de manhã no guincho… somos um!
- Sim meu amor mas…
- Mas o quê? Não vais pôr em causa que nos encontraríamos neste mundo, vais?
- … pois mas…
- Joana desde a primeira vez que te vi que sabia que serias minha e eu teu… não sei explicar mas sabia!
-… eu também, quando senti o teu olhar… quando pela primeira vez nos olhámos olhos nos olhos, perdi todas as dúvidas que poderia ter alguma vez tido… mas continuo a achar que foi sorte termo-nos encontrado… uma sorte que agradeço todos os dias e ainda mais em momentos como este…
- Joana…
Continuavam a olhar-se olhos nos olhos e Miguel tinha uma expressão que Joana conhecia bem, uma expressão que sempre tinha quando achava que não valia a pena verbalizar porque o seu olhar já era suficiente para ela perceber o que ele queria dizer…
O dia continuava frio e cinzento mas para aqueles dois parecia um dia de Verão luminoso e quente. Levantaram-se e foram até ao terraço. Abraçados contemplam um raio de sol que insiste em passar pelas nuvens e iluminar uma árvore isolada no meio do relvado em frente.
- Joana…
- Sim…
- …queres?
- Quero.
Voltaram para dentro, trocaram de roupa e foram até à garagem. Entraram no M5 e partiram. Estacionaram no parque do aeródromo, cumprimentaram o segurança e seguiram em direcção à pista. O helicóptero estava pronto à espera deles. Entraram e passado o ritual de verificações, descolaram. A paixão pelo voo era partilhada, ambos sabiam pilotar e adoravam aqueles passeios. O tempo tinha melhorado o que permitia uma maior e melhor visibilidade.
- Miguel se calhar tens razão… a força que nos une é tal que encontrar-nos - íamos de qualquer forma.
- … eu sei que tenho razão.
- Convencido!
- …
- … sinto um alívio estranho… enquanto vinha no carro dei comigo a pensar em nomes para o nosso filho…
- Filha… e vai chamar-se Isabel.
- Como sabes que é uma filha?
- …não sei… apenas sei… e também sei que vai ser ainda mais bonita que a mãe… até tenho pena dos homens deste mundo…
- Isabel é um lindo nome…
- …sabia que concordarias… é o teu único defeito é não te chamares Isabel…
- Oh Miguel tu tens cada uma!
Miguel solta uma gargalhada enquanto fixa o horizonte, nem precisa de olhar para ela, sabe exactamente a expressão que ela tem, aquela que ele adora provocar.
Seguem ao longo da costa observando as praias desertas…
O pôr-do-sol já não demora muito, decidem pousar para apreciar o espectáculo. Contemplar o sol a mergulhar nas águas é algo que fazem sempre que podem. Por mais que se repita todos os dias é um acontecimento que parece não perder a sua magia.
FATifer
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
A vida continua…
Hoje lembrei-me desta frase:
“Quando nascemos todos à nossa volta riem enquanto choramos, quando morremos todos choram enquanto sorrimos.”
Pois acho que o meu avô é daqueles que poderia afirmá-lo.
Não sei se estarei cá 88 anos como ele mas continuarei a ser neto do meu avô, continuarei a tentar estar à altura do seu exemplo.
A vida continua…
“Quando nascemos todos à nossa volta riem enquanto choramos, quando morremos todos choram enquanto sorrimos.”
Pois acho que o meu avô é daqueles que poderia afirmá-lo.
Não sei se estarei cá 88 anos como ele mas continuarei a ser neto do meu avô, continuarei a tentar estar à altura do seu exemplo.
A vida continua…
FATifer
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Adeus Avô…
Por mais que já soubesse… por mais que racionalmente saiba que foi melhor assim… por mais que da última vez que te vi não fosses tu mas uma sombra de ti… não consegui conter as lágrimas quando a minha mãe me disse que tinhas partido.
Enquanto eu e tantas outras pessoas que tocaste na tua vida cá estivermos, não deixas de existir mas já sinto saudades. Ficarás comigo em tudo o que me ensinaste, em tudo que me deste, nas memórias das nossas conversas, dos nossos passeios… lembrar-me-ei de ti sempre que pegar nas tuas ferramentas para criar algo do nada, como tantas vezes te vi fazer, sempre que não desistir de tornar algo mais perfeito, porque tu nunca desistias…
Enquanto eu e tantas outras pessoas que tocaste na tua vida cá estivermos, não deixas de existir mas já sinto saudades. Ficarás comigo em tudo o que me ensinaste, em tudo que me deste, nas memórias das nossas conversas, dos nossos passeios… lembrar-me-ei de ti sempre que pegar nas tuas ferramentas para criar algo do nada, como tantas vezes te vi fazer, sempre que não desistir de tornar algo mais perfeito, porque tu nunca desistias…
Adeus meu avô, foi e sempre será um privilégio ser teu neto…
FATifer
sábado, 20 de fevereiro de 2010
Po(de)r do sol...
Enquanto continuo sem inspiração para tentar saber como vou dar a volta à história que comecei a contar, deixo esta foto de um pôr-do-sol visto da minha varanda (é só um bocadinho da vista, retirei os prédios e afins que estavam a “estragar” a foto…)
Digamos que foi outro momento que tentei captar… por mais que o sol ainda estivesse forte para olhar de frente.
FATifer
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Mais um que conto - parte 3
- Joana… acho que está na altura…
- Na altura de quê?
- … de termos a conversa que sempre adiámos…
- Qual conversa? Tu hoje estás mesmo mais estranho do que o costume!...
- …eu quero ser pai e tu, não queres ser mãe?
- Ah, assim sim, directo ao assunto, este sim é o Miguel que eu conheço e amo!
- …
- Meu amor… sabes que sim, que quero ser mãe… e esta conversa estava adiada por ti, tu é que disseste que não estavas preparado…
- … mas agora estou…
-… estás?
- … quero dar-te um filho…
- Miguel… sabes que nada me fará mais feliz… mas depois do que acabaste de me dizer não posso deixar de colocar em causa a tua motivação…
Miguel levantara-se e fora até à janela. Joana posa o copo que voltara a pegar para beber o vinho que ainda restava, levanta-se e abraça-o, colocando a cabeça nas suas costas. Miguel levanta o braço direito e a cabeça de Joana passa a repousar no seu peito enquanto ele lhe afaga os cabelos cor de mel. Olham-se nos olhos e ele explica-lhe que, por mais que até possa ter alguma razão o desejo dele é genuíno também. Estes dois sempre conversaram muito bem com o olhar…
Era hora de almoçar, encaminham-se para a cozinha. Vão tirando coisas do frigorífico aparentemente ao acaso. Ele corta a cebola depois o tomate, ela faz o refogado enquanto ele lava o arroz.
- O que vamos fazer a essa peixe?
-… hum… acho melhor fritar…
- Muito bem, o arroz está quase, prepara uma salada enquanto eu frito então…
Posta a mesa, escolhido o vinho, sentam-se a almoçar e continuam a conversa…
- Queres ser pai… para poderes responder à tua pergunta dizendo “sou o pai de …”?
- Joana…
- … pronto desculpa, não coloco mais em causa as tuas motivações. Então e agora?
- Agora para começar deixas de tomar a pílula…
- Sim Sr. Doutor, até aí já tinha chegado!
- Fui demasiado brusco na forma como disse?
- Digamos que da forma como começou este dia não pensei que estivéssemos a ter esta conversa como estamos mas já devia saber que se há coisa que não és, é previsível…
Miguel sorri enquanto pega nos pratos e leva para cozinha. Joana bebe o último gole de vinho que tinha no copo e distribui o vinho que sobrara na garrafa pelos dois copos.
- Limão, café ou cheesecake?
- Trás os três!
- Ok…
Deliciam-se com generosas bolas de gelado acompanhando com o resto do vinho e o pedaços de fruta que ele também trouxera porque ela gosta…
- Miguel… há coisas que não se conseguem explicar mesmo…
- Como assim?...
- Estava eu aqui consumida como te iria dizer e agora até vais gostar de ouvir…
- Joana estás grávida?
- Quando é que descobriste?
- Agora mas analisando houve na realidade pistas que só agora associo…
- …não sei o que dizer…
- Diz que estás contente! Diz que estás feliz! Diz-me que vou ser pai!
Miguel esticara os braços e tinha as mãos de Joana nas suas. O brilho no olhar, que sempre tinha quando a olhava, estava ainda mais intenso.
- Miguel… estou feliz que vais ser pai.
- Joana… vamos ser pais! Parece que estou a sonhar…
FATifer
- Na altura de quê?
- … de termos a conversa que sempre adiámos…
- Qual conversa? Tu hoje estás mesmo mais estranho do que o costume!...
- …eu quero ser pai e tu, não queres ser mãe?
- Ah, assim sim, directo ao assunto, este sim é o Miguel que eu conheço e amo!
- …
- Meu amor… sabes que sim, que quero ser mãe… e esta conversa estava adiada por ti, tu é que disseste que não estavas preparado…
- … mas agora estou…
-… estás?
- … quero dar-te um filho…
- Miguel… sabes que nada me fará mais feliz… mas depois do que acabaste de me dizer não posso deixar de colocar em causa a tua motivação…
Miguel levantara-se e fora até à janela. Joana posa o copo que voltara a pegar para beber o vinho que ainda restava, levanta-se e abraça-o, colocando a cabeça nas suas costas. Miguel levanta o braço direito e a cabeça de Joana passa a repousar no seu peito enquanto ele lhe afaga os cabelos cor de mel. Olham-se nos olhos e ele explica-lhe que, por mais que até possa ter alguma razão o desejo dele é genuíno também. Estes dois sempre conversaram muito bem com o olhar…
Era hora de almoçar, encaminham-se para a cozinha. Vão tirando coisas do frigorífico aparentemente ao acaso. Ele corta a cebola depois o tomate, ela faz o refogado enquanto ele lava o arroz.
- O que vamos fazer a essa peixe?
-… hum… acho melhor fritar…
- Muito bem, o arroz está quase, prepara uma salada enquanto eu frito então…
Posta a mesa, escolhido o vinho, sentam-se a almoçar e continuam a conversa…
- Queres ser pai… para poderes responder à tua pergunta dizendo “sou o pai de …”?
- Joana…
- … pronto desculpa, não coloco mais em causa as tuas motivações. Então e agora?
- Agora para começar deixas de tomar a pílula…
- Sim Sr. Doutor, até aí já tinha chegado!
- Fui demasiado brusco na forma como disse?
- Digamos que da forma como começou este dia não pensei que estivéssemos a ter esta conversa como estamos mas já devia saber que se há coisa que não és, é previsível…
Miguel sorri enquanto pega nos pratos e leva para cozinha. Joana bebe o último gole de vinho que tinha no copo e distribui o vinho que sobrara na garrafa pelos dois copos.
- Limão, café ou cheesecake?
- Trás os três!
- Ok…
Deliciam-se com generosas bolas de gelado acompanhando com o resto do vinho e o pedaços de fruta que ele também trouxera porque ela gosta…
- Miguel… há coisas que não se conseguem explicar mesmo…
- Como assim?...
- Estava eu aqui consumida como te iria dizer e agora até vais gostar de ouvir…
- Joana estás grávida?
- Quando é que descobriste?
- Agora mas analisando houve na realidade pistas que só agora associo…
- …não sei o que dizer…
- Diz que estás contente! Diz que estás feliz! Diz-me que vou ser pai!
Miguel esticara os braços e tinha as mãos de Joana nas suas. O brilho no olhar, que sempre tinha quando a olhava, estava ainda mais intenso.
- Miguel… estou feliz que vais ser pai.
- Joana… vamos ser pais! Parece que estou a sonhar…
FATifer
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
O regra dos terços
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Gosto muito de aprender!
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Resolvi editar duas fotos do meu último post, usando uma regra que pelos vistos até é básica mas -admitindo a minha ignorância- eu nem nunca tinha sequer ouvido falar dela: a dos terços.
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"Regra dos Terços é uma técnica utilizada na fotografia para se obter melhores resultados. Para utilizá-la deve-se dividir a fotografia em 9 quadros, traçando 2 linhas horizontais e duas verticais imaginárias, e posicionando nos pontos de cruzamento o assunto que se deseja destacar para se obter uma foto equilibrada."
"Regra dos Terços é uma técnica utilizada na fotografia para se obter melhores resultados. Para utilizá-la deve-se dividir a fotografia em 9 quadros, traçando 2 linhas horizontais e duas verticais imaginárias, e posicionando nos pontos de cruzamento o assunto que se deseja destacar para se obter uma foto equilibrada."
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Obrigada A!
Gostei do resultado!
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:)
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Insólitos na minha vida…
Apetece-me partilhar algo que me aconteceu hoje de manhã por ser uma daquelas situações que poderiam deixar-me a pensar… passo a relatar:
8:05, estou na bomba de gasolina a pagar e o meu telemóvel começa a tocar. “Que raio, quem me estará a ligar a esta hora?” penso enquanto acabo de pagar. Quando finalmente consigo chegar ao telemóvel (aqui convém explicar que com as calçar do fato d chuva, sim não chegou a chover hoje mas fui equipado na mesma, é mais difícil chegar ao telemóvel). Como dizia, quando consegui chegar ao telemóvel para ver quem era constatei, com surpresa, que era eu! Sim, o meu telemóvel profissional “decidiu” ligar para o meu telemóvel pessoal!
Duas notas:
É muito estranho ter guardado o telemóvel profissional sem bloquear o teclado.
A última chamada que fizera até tinha sido para mim mas não para o meu telemóvel mas para o número fixo.
Não é do meu feitio tentar atribuir significados ou explicações a este tipo de situações mas apeteceu-me partilhar…
FATifer
PS – Pax, já sei que, com este texto, descobriste ou confirmaste outra ou outras vantagens de andar de carro! :P
8:05, estou na bomba de gasolina a pagar e o meu telemóvel começa a tocar. “Que raio, quem me estará a ligar a esta hora?” penso enquanto acabo de pagar. Quando finalmente consigo chegar ao telemóvel (aqui convém explicar que com as calçar do fato d chuva, sim não chegou a chover hoje mas fui equipado na mesma, é mais difícil chegar ao telemóvel). Como dizia, quando consegui chegar ao telemóvel para ver quem era constatei, com surpresa, que era eu! Sim, o meu telemóvel profissional “decidiu” ligar para o meu telemóvel pessoal!
Duas notas:
É muito estranho ter guardado o telemóvel profissional sem bloquear o teclado.
A última chamada que fizera até tinha sido para mim mas não para o meu telemóvel mas para o número fixo.
Não é do meu feitio tentar atribuir significados ou explicações a este tipo de situações mas apeteceu-me partilhar…
FATifer
PS – Pax, já sei que, com este texto, descobriste ou confirmaste outra ou outras vantagens de andar de carro! :P
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Ao lado do Paraíso
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Eu tenho uma daquelas máquinas fotográficas idealizadas para pessoas como eu: que delas o que sabem, basicamente, é que se carrega num botão e o que estiver num espacinho restrito na frente fica lá escarrapachado.
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Nem sempre o resultado tem as cores que eu tinha visto... ou a magia que eu não tinha...
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Ficam algumas, de um local que já em tempos me disse muito... que agora, ainda que lhe continue a admirar a beleza, não passa disso mesmo: belos rectângulos escarrapachados na frente de uma qualquer lente, ou de um qualquer olhar.
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Ficam algumas, de um local que já em tempos me disse muito... que agora, ainda que lhe continue a admirar a beleza, não passa disso mesmo: belos rectângulos escarrapachados na frente de uma qualquer lente, ou de um qualquer olhar.
Ainda assim, gosto muito delas.
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Nota:
Não foram editadas. Estão exactamente como a máquina as viu.
Não foram editadas. Estão exactamente como a máquina as viu.
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Etiquetas:
coisas que vejo,
desabafos,
memórias,
Saudades
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Mais um que conto - parte 2
Joana entrou no carro e arrancou, sabia que ele a apanharia até porque não lhe apetecia andar depressa, mesmo sabendo que aquele carro não tinha sido feito para andar devagar. Poucos minutos depois Miguel já a ultrapassara acenando-lhe adeus. Quando chega a casa está a lareira acesa e dois copos de vinho lado a lado no chão… vai ser uma longa conversa…
Miguel entra na sala com um prato com queijos. Joana sorri e estende-lhe um copo.
- … tantos mimos, estás mesmo carente homem!
- Carente? Tens noção que o que dizes é paradoxal?
- E tu tens noção que te conheço? Quando mais queres atenção mais atenções tens, sempre foste assim…
- …
- Olha, aí tens um bom princípio de resposta à pergunta que dizes que te atormenta. Sim, porque se fosse a tua história que procuravas, bastava-te abrir os álbuns de fotografias…
- Pois, como disseste a pergunta está noutro plano… vim pelo caminho a pensar no que disseste e tens razão.
- Claro que tenho razão! O que me espanta é ter de ser eu a dizer-to… a angústia que te vi no olhar…
- Sim… não há motivo… eu sei… mas talvez por isso mesmo…
Estavam ambos sentados no chão em frente à lareira, copos na mão enquanto ia comendo os pedaços de queijo que ofereciam um ao outro.
- Se isto fosse um daqueles filmes românticos, lamechas, e fosses tu uma donzela sonhadora, dizia que a resposta que te chegaria seria: “és a minha outra metade” e pronto!
- Pois mas..
- Mas não és uma donzela sonhadora, és um lindo homem que não devia ter essas dúvidas existenciais… ou pelo menos não devia deixar que elas o afectassem a este ponto, pois tê-las pode não só ser inevitável como saudável.
- Com uma mulher assim não preciso de psicólogo, na verdade.
- Engraçadinho, não fujas à questão…
- Não estou a fugir…
- O que motivou a tua inquietação?
- …
- … diz lá que sei que já analisaste e sabes muito bem a causa.
- …
- … não me digas que ainda é por causa daquela criança?
- … sim…
- Oh Miguel, tu fizeste tudo o que podias por aquela menina, tu és um excelente cirurgião! Não havia mais nada que pudesse ser feito, todos os teus colegas concordaram…
- Havia sim! Eu podia…
- Miguel! Olha para mim!
- …mas
- Tu és apenas um ser humano, dotado de um dom especial e muito talento mas humano ainda assim.
- Joana… ela…eu…
- Miguel, já te disse para não te culpares!
- Eu sei mas sabes que detesto errar.
- Mas tu não erraste homem! Todos os teus colegas confirmaram que fizeste tudo o que podias.
- Mas não foi suficiente…
- Miguel, eu sei que nunca te tinha morrido ninguém na mesa de operação mas…
- Mas tenho de aceitar, não é? As pessoas morrem…
- Por mais que te custe sim, é verdade…
- Oh Joana mas tu não olhaste nos olhos dela…
- Mas vi os olhos da mãe que, mesmo com toda a dor ainda me agradeceu porque tu tinhas feito o possível para salvar a filha. Ela estava muito mal… aliás só de pensar nisso até fico mal disposta.
Miguel coloca o copo vazio ao pé do copo de Joana que estava no chão perto do prato e abraça-a. Ficam os dois a olhar as chamas…
FATifer
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Por... Aqui... Vagueando... Quando...
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... e se se encontra um momento perfeito...?
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É inevitável que se vá...
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....ou poderá guardar-se para sempre?
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