- Joana… acho que está na altura…
- Na altura de quê?
- … de termos a conversa que sempre adiámos…
- Qual conversa? Tu hoje estás mesmo mais estranho do que o costume!...
- …eu quero ser pai e tu, não queres ser mãe?
- Ah, assim sim, directo ao assunto, este sim é o Miguel que eu conheço e amo!
- …
- Meu amor… sabes que sim, que quero ser mãe… e esta conversa estava adiada por ti, tu é que disseste que não estavas preparado…
- … mas agora estou…
-… estás?
- … quero dar-te um filho…
- Miguel… sabes que nada me fará mais feliz… mas depois do que acabaste de me dizer não posso deixar de colocar em causa a tua motivação…
Miguel levantara-se e fora até à janela. Joana posa o copo que voltara a pegar para beber o vinho que ainda restava, levanta-se e abraça-o, colocando a cabeça nas suas costas. Miguel levanta o braço direito e a cabeça de Joana passa a repousar no seu peito enquanto ele lhe afaga os cabelos cor de mel. Olham-se nos olhos e ele explica-lhe que, por mais que até possa ter alguma razão o desejo dele é genuíno também. Estes dois sempre conversaram muito bem com o olhar…
Era hora de almoçar, encaminham-se para a cozinha. Vão tirando coisas do frigorífico aparentemente ao acaso. Ele corta a cebola depois o tomate, ela faz o refogado enquanto ele lava o arroz.
- O que vamos fazer a essa peixe?
-… hum… acho melhor fritar…
- Muito bem, o arroz está quase, prepara uma salada enquanto eu frito então…
Posta a mesa, escolhido o vinho, sentam-se a almoçar e continuam a conversa…
- Queres ser pai… para poderes responder à tua pergunta dizendo “sou o pai de …”?
- Joana…
- … pronto desculpa, não coloco mais em causa as tuas motivações. Então e agora?
- Agora para começar deixas de tomar a pílula…
- Sim Sr. Doutor, até aí já tinha chegado!
- Fui demasiado brusco na forma como disse?
- Digamos que da forma como começou este dia não pensei que estivéssemos a ter esta conversa como estamos mas já devia saber que se há coisa que não és, é previsível…
Miguel sorri enquanto pega nos pratos e leva para cozinha. Joana bebe o último gole de vinho que tinha no copo e distribui o vinho que sobrara na garrafa pelos dois copos.
- Limão, café ou cheesecake?
- Trás os três!
- Ok…
Deliciam-se com generosas bolas de gelado acompanhando com o resto do vinho e o pedaços de fruta que ele também trouxera porque ela gosta…
- Miguel… há coisas que não se conseguem explicar mesmo…
- Como assim?...
- Estava eu aqui consumida como te iria dizer e agora até vais gostar de ouvir…
- Joana estás grávida?
- Quando é que descobriste?
- Agora mas analisando houve na realidade pistas que só agora associo…
- …não sei o que dizer…
- Diz que estás contente! Diz que estás feliz! Diz-me que vou ser pai!
Miguel esticara os braços e tinha as mãos de Joana nas suas. O brilho no olhar, que sempre tinha quando a olhava, estava ainda mais intenso.
- Miguel… estou feliz que vais ser pai.
- Joana… vamos ser pais! Parece que estou a sonhar…
FATifer
- Na altura de quê?
- … de termos a conversa que sempre adiámos…
- Qual conversa? Tu hoje estás mesmo mais estranho do que o costume!...
- …eu quero ser pai e tu, não queres ser mãe?
- Ah, assim sim, directo ao assunto, este sim é o Miguel que eu conheço e amo!
- …
- Meu amor… sabes que sim, que quero ser mãe… e esta conversa estava adiada por ti, tu é que disseste que não estavas preparado…
- … mas agora estou…
-… estás?
- … quero dar-te um filho…
- Miguel… sabes que nada me fará mais feliz… mas depois do que acabaste de me dizer não posso deixar de colocar em causa a tua motivação…
Miguel levantara-se e fora até à janela. Joana posa o copo que voltara a pegar para beber o vinho que ainda restava, levanta-se e abraça-o, colocando a cabeça nas suas costas. Miguel levanta o braço direito e a cabeça de Joana passa a repousar no seu peito enquanto ele lhe afaga os cabelos cor de mel. Olham-se nos olhos e ele explica-lhe que, por mais que até possa ter alguma razão o desejo dele é genuíno também. Estes dois sempre conversaram muito bem com o olhar…
Era hora de almoçar, encaminham-se para a cozinha. Vão tirando coisas do frigorífico aparentemente ao acaso. Ele corta a cebola depois o tomate, ela faz o refogado enquanto ele lava o arroz.
- O que vamos fazer a essa peixe?
-… hum… acho melhor fritar…
- Muito bem, o arroz está quase, prepara uma salada enquanto eu frito então…
Posta a mesa, escolhido o vinho, sentam-se a almoçar e continuam a conversa…
- Queres ser pai… para poderes responder à tua pergunta dizendo “sou o pai de …”?
- Joana…
- … pronto desculpa, não coloco mais em causa as tuas motivações. Então e agora?
- Agora para começar deixas de tomar a pílula…
- Sim Sr. Doutor, até aí já tinha chegado!
- Fui demasiado brusco na forma como disse?
- Digamos que da forma como começou este dia não pensei que estivéssemos a ter esta conversa como estamos mas já devia saber que se há coisa que não és, é previsível…
Miguel sorri enquanto pega nos pratos e leva para cozinha. Joana bebe o último gole de vinho que tinha no copo e distribui o vinho que sobrara na garrafa pelos dois copos.
- Limão, café ou cheesecake?
- Trás os três!
- Ok…
Deliciam-se com generosas bolas de gelado acompanhando com o resto do vinho e o pedaços de fruta que ele também trouxera porque ela gosta…
- Miguel… há coisas que não se conseguem explicar mesmo…
- Como assim?...
- Estava eu aqui consumida como te iria dizer e agora até vais gostar de ouvir…
- Joana estás grávida?
- Quando é que descobriste?
- Agora mas analisando houve na realidade pistas que só agora associo…
- …não sei o que dizer…
- Diz que estás contente! Diz que estás feliz! Diz-me que vou ser pai!
Miguel esticara os braços e tinha as mãos de Joana nas suas. O brilho no olhar, que sempre tinha quando a olhava, estava ainda mais intenso.
- Miguel… estou feliz que vais ser pai.
- Joana… vamos ser pais! Parece que estou a sonhar…
FATifer
Esta parte foi bem mais alegre :)
ResponderEliminarSe bem que quando comecei a ler não pensasse que ela já estava grávida... assim acabaste de me fazer perder a oportunidade de insinuar uma certa orientação para as "cenas dos próximos capítulos..." ;)
Ahhhh! As grávidas não podem abusar assim do vinho! É que tem sido constantemente! Coitada da criança!
Cara deusa Pax,
ResponderEliminarTenho esta mania de me surpreender até a mim próprio… vamos ver que voltas mais vou dar a esta história.
Não querendo entrar em polémicas da definição de ser ou criança acho poder afirmar que o filho destes dois não é ainda mais que um conjunto de células indiferenciado. Em todo caso tentarei que a mãe tenha mais juízo no futuro, afinal o pai até é médico ;)
Beijinhos,
FATifer
FATifer,
ResponderEliminarAs boas surpresas são sempre... boas! ;)
Independentemente do tempo de gestação, parece-me bem que vazar uma garrafa de vinho durante uma manhã (ainda que a dois) não é propriamente um procedimento correcto de quem sabe estar grávida... acho. Mas também não me parece bem por-me aqui a criticar as atitudes das personagens!
Continua! :)
Cara deusa Pax,
ResponderEliminarConcordo mas na minha opinião é muito mais perigoso para o novo ser quando já é um feto. Por outro lado, em defesa da Joana (que inventei com tanto carinho), só a tua noção de igualdade te pode levar a concluir que ela tenha bebido algo parecido com metade das duas garrafas consumidas :P
Continuarei quando voltar a inspiração que, como disse, neste momento não sei que volta darei a esta história…
Beijinhos,
FATifer
Este post está muito curioso. Como é inventado posso estar mais à vontade nos comentários. É engraçado verificar que hoje são as mulheres que fogem mais depressa à gravidez e que os homens andam desesperados para terem um filho. E não é espanto algum verificar que a pressão sobre as mulheres agora também é feita pelos maridos e não é um exclusivo da sociedade em geral.
ResponderEliminarBrandie,
ResponderEliminarBem-vinda ao nosso espaço.
Começo por esclarecer que aqui estás sempre à vontade para dizeres o que pensas.
Quanto ao teu comentário, concordo com o que dizes. Até poderia dizer que foi intencional o levantar desta questão nesta parte da história mas não foi. Acho que foi apenas o resultado do meu processo criativo, onde, como já expliquei por outras vezes, recorro a tudo o que vejo, sinto, oiço, etc… assim acabei por, inconscientemente, levantar também esta questão como tão bem evidenciaste.
Comentando ainda o teu comentário, poderia dizer que, por um lado, o marido também sofre a pressão social/familiar e que portanto poderá está só a transferi-la para a mulher (é verdade que ao fazê-lo estará sempre a potenciar o efeito social). Em relação ao facto, que realças, das mulheres fugirem à gravidez direi que tal resulta da evolução das nossas sociedades, não querendo aqui entrar no debate se no bom sentido ou não. Já uma vez afirmei por aqui (e não devo ser o único a pensá-lo ) que me parece que ninguém pensa as nossas sociedades e as consequências estão à vista de quem queira olhar e ver.
Obrigado pelo teu comentário e volta sempre,
FATifer