segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Para quem ainda não conhece...


"Aeroporto de Lisboa, 15h30m.

Tenho um pequeno mal-estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que
uma cagadela não aliviasse. Mas, atrasado para apanhar o autocarro que me
levaria para o aeroporto, do outro lado da cidade, de onde partiria o voo
para Estocolmo, resolvi segurar as pontas "Afinal de contas, são só uns 15
minutos de viagem. Ao chegar lá, tenho tempo de sobra para dar uma cagadela,
tranquilo".
O avião só sairia as 16h30m.
Entrei no autocarro, sem sanitários, senti a primeira contracção e tomei
consciência de que a minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um
parto de cócoras assim que entrasse no W.C. do aeroporto.
Virei-me para o meu amigo que me acompanhava e, subtilmente, disse-lhe:
"Fogo, mal posso esperar para chegar ao aeroporto porque preciso largar a
farinheira."
Nesse momento, senti o cagalhão a beliscar as minhas cuecas, mas pus a força
de vontade a trabalhar e segurei a onda.
O autocarro nem tinha começado a andar quando para meu desespero, uma voz
disse pelo altifalante:
"Senhoras e senhores, devido ao muito trânsito, a nossa viagem até ao
aeroporto levará cerca de 1 hora".
Aí o cagalhão ficou maluco e tentou sair a qualquer custo! Fiz um esforço
hercúleo para segurar o comboio de merda. Suava em bicas. O meu amigo
percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para gozar comigo.
O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais indicando que, pelo
menos por enquanto, as coisas tinham-se acomodado por ali. Tentava-me
distrair vendo a paisagem mas só conseguia pensar numa casa de banho com uma
sanita, tão branca e tão limpa que daria para almoçar nela! E o papel
higiénico então: era branco e macio e com textura e perfume e...oops!
Senti um volume almofadado entre o meu traseiro e o assento do autocarro e
percebi consternado que me havia cagado. Um cocó sólido e comprido daqueles
que dão orgulho de pai ao seu autor. Daqueles que dá vontade de ligar para
os amigos e parentes e convidá-los a apreciar, na sanita, tão perfeita obra!
Daria até para a expor no CCB! Mas, sem dúvida, não neste caso. Olhei para o
meu amigo, procurando um pouco de solidariedade, e confessei-lhe de modo
muito sério:
"Olha, caguei- me."
Quando o meu amigo parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou-me a
ficar no centro da cidade, onde o autocarro faria escala a meio da viagem, e
que me limpasse em algum lugar.
Mas resolvi que ia seguir viagem, pois agora estava tudo sob controlo.
"Que se lixe, limpo-me no aeroporto," – pensei - "pior do que estou não
fico".
Mal o autocarro entrou em movimento, a cólica recomeçou forte.
Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira, mas não pude evitar, e sem muita
cerimónia ou anunciação, veio a segunda leva de merda. Desta vez como uma
pasta morna.
Foi merda para tudo que é lado, borrando, esquentando e lambuzando o cu,
cuecas, a barra da camisa, pernas, calças, meias e pés.
Logo a seguir, mais uma cólica anunciando mais merda, agora líquida, das que
queimam o fofo do freguês ao sair rumo à liberdade. E, no instante seguinte,
um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar...afinal de contas o que era
um peidinho para quem já estava todo cagado?
Já o peido seguinte foi do tipo que pesa e eu caguei-me pela quarta vez.
Lembrei-me de um amigo que, certa vez, estava com tanta caganeira que
resolveu pôr um penso higiénico nas cuecas, mas colocou-o com as linhas
adesivas viradas para cima e, quando quis tirá-lo, levou metade dos pêlos do
rabo junto. Mas era tarde demais para tal artifício absorvente. Tinha
menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia ajudar-me a
limpar a sujeira.
Finalmente cheguei ao aeroporto e, saindo apressado com passos curtinhos,
supliquei ao meu amigo que apanhasse a minha mala na bagageira do autocarro
e a levasse aos sanitários do aeroporto para que eu pudesse trocar de
roupas.
Corri para a casa de banho e entrando de porta em porta, constatei a falta
de papel higiénico em todas as cinco portas. Olhei para cima e blasfemei:
"Agora chega, Pá!"
Entrei na última porta, mesmo sem papel, e tirei a roupa toda para analisar
a minha situação (que conclui como sendo o fundo do poço) e esperar pela
mala da salvação, com roupas limpinhas e cheirosas e com ela uma lufada de
dignidade no meu dia.
Entretanto, o meu amigo entrou na casa de banho cheio de pressa... já tinha
feito o "check- in" e disse-me que tinha que ir depressa avisar o voo para
esperarem por nós.
Mandou por cima da porta o cartão de embarque e a minha maleta de mão e saiu
antes de qualquer protesto de minha parte.
Ele tinha-se enganado na mala que eu aguardava e já tinha despachado a mala
com roupas.
Na mala de mão só tinha um pullover de lã com gola em bico. A temperatura em
Lisboa nesta altura era de aproximadamente 37 graus.
Desesperado, comecei a analisar quais das minhas roupas seriam, de algum
modo, aproveitáveis.
As minhas cuecas, mandei – as para o lixo. A camisa era história. As calças
estavam deploráveis, assim como as minhas meias, que mudaram de cor tingidas
pela merda. Aos meus sapatos dava-lhes nota 3, numa escala de 1 a 10. Teria
que improvisar. A invenção é filha da necessidade, então transformei uma
simples casa de banho pública numa magnífica máquina de lavar. Virei as
calças do lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a parte atingida na
água.
Comecei a dar ao autoclismo até que o grosso da merda se desprendeu.
Estava pronto para embarcar.
Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em direcção ao portão de embarque
trajando sapatos sem meias, calças vestidas do avesso e molhadas da cintura
até ao joelho (não exactamente limpas) e o pullover de gola em bico sem
camisa. Mas caminhava com a dignidade de um lorde.
Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam à espera do "rapaz que
estava na casa de banho" e atravessei todo o corredor até ao meu assento ao
lado do meu amigo que sorria.
A hospedeira aproximou-se e perguntou-me se precisava de algo. Eu cheguei a
pensar em pedir uma gilette para cortar os pulsos ou 130 toalhinhas
perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante, mas decidi não as
pedir... e respondi-lhe com uma esforçada cara angélica:
"Nada, obrigado"...



Rui Felício "



Para quem não conhece... :)

Abreijossssss

17 comentários:

  1. Eu não conhecia, mas...

    Bolas!
    Estou farta de burrifar perfume à minha volta e parece-me que o cheirete não me quer sair do nariz!

    Grande tema para o post do regresso... ehehehehe.

    Beijos :)

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  2. Cara deusa,

    Só tu para me fazeres rir com coisas de merda! :)

    Sejas bem regressada ao teu estilo!

    :)

    Abreijos dos teus,
    FATifer

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  3. Ehehehe... Que grande cagada! :)

    Beijos & Abraços

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  4. que merda !

    mega looooooooooooooooooooool

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  5. Eu não conhecia, e acho que deve ser bem embaraçante..loool

    Alem do incomodo o cheiro devia ser horrivel, eu acho que preferia nem partir, ainda me apanhavam toda nua no banheiro do aeroporto a tomar duche no lavatório..;P

    Beijoooo

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  6. Pax...

    :) acho este texto brilhante...já me aconteceu quase quase parecido! Eheheh mas não vou contar, era o fim da minha carreira!

    Beijocas :)

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  7. Fat...

    Epa ultimamente só tenho pensamentos de merda e nada como um texto a condizer!

    Olha...vou tentando!

    Abreijos dos nossos :)...eu partilho!

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  8. Tavguinu...

    Uma grande grande merda!

    :) Abreijitos :)

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  9. Vita...

    Acredita que sim...já me aconteceu semelhante coisa e não foi nada agradável Pensando bem, já me aconteceu mais do que uma vez AHAHAHHAHAHAHA...era uma cagona! Digamos que sou alérgica a alguns alimentos e só descobri há poucos anos (por acaso num jantar romantico ahahahahah)...talvez escreva sobre isso no meu blog...está-me a apetecer mais um texto de merda :).

    Toda nua...o pessoal daqui ia gostar :).

    Abreijos

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  10. Eu (como sou uma mulher muito previdente) tento nunca entrar num autocarro sem antes tratar de todos os assuntos pendentes.

    ;)

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  11. Pax...

    Mulher sensata, quem vai para o mar avia-se em terra ahahahahaha.

    Abreijos

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  12. E, como sabes, não estou habituada a andar de autocarro ;) portanto, wc é sempre a última coisa que vejo antes de entrar seja onde for!

    ;)

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  13. Pax...

    Vais ler os meus textos...eheheeheh....que maus, vai ser o fim da minha carreira! :)

    Abreijos

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  14. afrodite tenho de ir espreitar isso, ahhaahhaahha

    ;)

    Beijoooo

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  15. Ah, o que já me ri com esta... :)))

    E, se bem que pena seja para galinha, como é que um homem pode manter a dignidade numa situação destas?!

    Relato brilhante!

    Beijoca!

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  16. Literalmente uma história de merda. Mas com um interesse e sentido de humor de uma autêntica pérola.
    Parabéns e continuação de boa orgia.

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