sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Ser motociclista…

“…és muito limpinho para quem anda de mota…”

Foi por me lembrar desta frase que em conversa me dirigiram, um dia destes, que decidi divagar um pouco sobre esta que é, para mim, uma forma de estar…

Como já disse por aqui algures, eu só ando de mota (faça chuva, faça sol). Ando de mota porque gosto, porque posso... é um prazer diário do qual não me quero privar. Não vivo para mota (como o lema “ride to live, live to ride”), a mota para mim é o veículo que escolhi porque gosto. Nunca fui a uma concentração (talvez vá a Faro uma vez, para não morrer estúpido).

Olhando para frase que citei… compreendo o porquê de me terem dito isso… diria que não encaixo bem nos estereótipos motard, motoqueiro, etc… por isso digo que sou motociclista. Aliás, para mim, motoqueiro é depreciativo (eu sei, em brasileiro é equivalente a motociclista mas, no meu conceito, é mais membro de biker gang à americana … “feio, porco e mau”). Não vou aqui dizer que consigo andar sempre limpinho, quem anda de mota sabe que os mosquitos adoram capacetes e blusões ;)… mas a frase refere-se a um estereótipo, que cada de nós tem na cabeça, do tipo de pessoa que anda de mota, (pode ser subjectivo mas) talvez não encaixe na maioria. Por isso não pude conter um sorriso quando me disseram esta frase.

Estereótipos são estereótipos mas, para mim, qualquer um pode e deve andar de mota… pensado bem se calhar é melhor não… alguns automobilistas que vejo por aí, com uma mota nas mãos não duravam muito ou então davam ainda pior fama aos motociclistas… mas por outro lado acho que seria bom haver mais automobilista que fossem motociclistas; ajudava a perceberem melhor que certas manobras, consideradas autênticas loucuras, não o são (tanto assim). Não falo daqueles srs que andam de mota e que passam a 200 entre o separador central e o vosso carro, esses sim são doidos (e não devem continuar a sê-lo por muito tempo ou então são mesmo protegidos pela sorte!) falo de manobras, como: passar entre duas filas de trânsito, estar ainda a acelerar ao chegar perto de um semáforo quando todos os carros já estão a travar, etc. Haver mais automobilistas que fossem motociclistas ajudava também a que mais gente se apercebesse que o motociclista está lá, onde pode aparecer, o que pode fazer. Haveria, provavelmente também, menos automobilistas a impedir a passagem… sim, felizmente, muitos já nos dão passagem mas continua a haver alguns que, propositadamente ou não, nem se apercebem que nós existimos ou fazem memo gala em nos dificultar a vida…

Ser motociclista neste país ainda é ser um ser à parte… ser diferente… cumprimentar, com um aceno, qualquer um só porque também anda de mota… só quem é percebe o que se sente, só quem gosta de conduzir uma mota entendo do que falo… é, como disse, uma forma de estar… a minha.

Votos de bom fds para todos,
FATifer

17 comentários:

  1. Por acaso nunca andei de mota...confesso a minha ignorância em estas questões.
    Espero um dia poder viver essa experiência, que, por acaso, me é muito apelativa.
    Vai com cuidado, ok?
    Abraços.

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  2. Olá :)
    (Essa frase lembra-me algo ;)

    Não sei se vais acreditar ou até ficar decepcionado... mas a maior parte dos motociclistas que eu conheço são assim "limpinhos" como tu. (Mas também não conheço muitos).
    Já o blusão... com 35 graus... acaba por te denunciar... lol.

    Esses "motards" do "feio, porco e mau" só vi mesmo em filmes (e até em algumas dessas reportagens de concentrações).
    Aliás, quanto mais chover, mais limpinhos andam, não?
    ;)
    Beijos e bom fim de semana :)

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  3. Cris,

    “Espero um dia poder viver essa experiência, que, por acaso, me é muito apelativa.”

    Duas notas:
    Andar à pendura e conduzir uma mota são duas experiencias completamente diferentes! Eu prefiro conduzir (quem conduz, embora devesse, normalmente não dá um bom pendura).

    Quando quiseres andar escolhe alguém que confies (sei de muitas que ficaram a detestar motas porque o gajo decidiu exibir-se e meteu-lhes medo). Com certeza te explicaram na altura mas a primeira coisa que ensino a quem anda à pendura comigo é que nunca se inclinar para o lado contrário ao da curva senão vamos os 2 parar ao chão!

    Vou sempre com cuidado… (o único acidente grave que tive foi numa moto de 4 rodas! (moto4)…)

    Retribuo os abraços,
    FATifer

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  4. Pax,

    “Não sei se vais acreditar ou até ficar decepcionado... mas a maior parte dos motociclistas que eu conheço são assim "limpinhos" como tu.”

    Por mais que goste de ser diferente não me decepcionas, pelo contrário. Acho que quem anda de mota é uma pessoa como as outras, apenas tem mais essa qualidade, anda de mota ;)

    Pois, como acho que já disse por aqui, nunca dispenso capacete integral, luvas e blusão (há blusões de verão!) ;) …

    Quando chove esses talvez fiquem limpinhos… eu fico molhado mas é por fora pois, depois de tirar o fato de chuva, às vezes, estou mais seco que muitas pessoas que andam de carro e têm de estacionar longe :P

    Bom fds, beijinhos,
    FATifer

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  5. Um blusão, ainda que "de Verão", com 35 graus denuncia-te sempre!
    (Como sabes ;)
    Eu sei inclinar-me para o lado certo. Um destes dias peço-te uma boleia :)

    E eu acho muito bem que te protejas.

    Beijos :)

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  6. Pax,

    Eu sei que denuncia mas para pessoas como tu porque olha que há pessoas muito distraídas… noutro dia estava numa superfície comercial com o dito blusão de mota, capacete e tudo e a menina pergunta-me: “tem o carro no parque?” :)

    Será um prazer dar-te uma boleia quando tal se proporcionar ;)

    Beijinhos,
    FATifer

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  7. Podias ter mesmo o carro no parque,lol. Ela pode é estar traumatizada com conclusões precipitadas e jogar pelo seguro...

    Um dia destes.

    :)

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  8. O meu ex marido era motoqueiro, eu adorava andar com ele, tem piada que nunca mais consegui sentir o à vontade que com ele tinha.
    Eu ainda comprei uma acelera para mim na altura, um acidente, enfiei-(me) na porta da frente de um mercedes estacionado, deram cabo das minhas esperanças no reino motard, alem dos na altura 50 contos que paguei do arranjo do carro, e de ter ficado sem a acelera, novinha.;)

    Actualmente sinto-me mais segura de carro, mas os que conheço, são "limpinhos" ou seja utilizam a moto para se deslocarem.;)

    Beijooooo

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  9. Pax,

    Não gosto de julgar sem saber mas não consegui conter um sorriso e um “eu vim de moto…” (sim porque o único parque que conheço onde as motos pagam é o do campo pequeno e, escusado será dizer, não vou lá :P)

    :)

    Beijinho,
    FATifer

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  10. Vita,

    Nem todos nascem para pertencer ao grupo dos eleitos ;)
    (nunca simpatizei com aceleras, eu é mais motas mesmo, com mudanças! ;) )

    Fico contente de também conheceres limpinhos…

    A questão da segurança não contesto… mas prefiro motas… aceito o risco, é uma opção consciente.

    Beijinhos e bom fds,
    FATifer

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  11. Cheguei aqui desde outro blogue e encontro o meu retrato. Percebo, percebo mesmo. Eu também ando de mota quase quase sempre e opino como você: só com muito vento é que não. Mas chuva, frio... Adoro a sensação de ir com a chuva e estar ali dentro do fato protegida. E sem pressa. Também nunca fui a concentração e ando sozinha normalmente.

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  12. Sun Iou Miou,

    Bem-vinda a este nosso espaço.

    Fico feliz que se reconheça no texto, é bom sermos compreendidos.

    Da chuva, a única sensação desagradável é aquela quando temos de levantar a viseira, por qualquer razão, e os pingos de chuva parecem alfinetes! Faz-nos sentir vivos mas se demoramos muito a cara chega a ficar dormente… um dia aconteceu-me tal coisa, a viseira ficou de tal modo embaciada que tive de a levantar… peripécias de um dia em que cheguei a pensar q tinha uma moto de água!

    Obrigado pela visita, volte sempre e boas curvas ;)

    FATifer

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  13. Pahhhh eu só disse isso porque já andei muito de mota e tive exs com motas também e tu tens mesmo um ar clean! Quer dizer, eu ando de mota e tenho também um ar limpinho, acho eu. Menos da última vez que andei que deixei o capacete aberto e engoli uns quantos mosquitos haahhahahaha...ca nojo!

    Epa não foi por mal o comentário, foi um elogio. É mesmo muito dificil mantermo-nos limpinhos a andar de motinha ehehhee...eu com o meu cabelão uiiii, via-me e desejava-me com os nós e ahhh o cheiro...do cabedal arrrghhhh. Bem mas eu tenho um problema com os cheiros :).
    Espero que tenhas levado como elogio :).

    Abreijinhos oh limpinho ;)

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  14. Cara deusa,

    Claro que interpretei esta sua frase como um elogio! :)
    Percebi perfeitamente porque o disseste, até porque sei que falavas e falas com conhecimento de causa!

    Apenas usei a tua frase como ponto de partida para o meu texto porque me pareceu um bom começo ;)

    “Menos da última vez que andei que deixei o capacete aberto e engoli uns quantos mosquitos haahhahahaha...ca nojo!”

    É uma das razões pelas quais prefiro capacetes integrais e raramente ando com a viseira levantada…

    Obrigado pelo elogio.

    Abreijo,
    FATifer

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  15. Não sei andar de mota. Gostava de conseguir equilibrar-me numa , já tentei , mas como só peço 58 kg , n aguentei.

    Já andei de vespa ou lambreta mas não gostei, o som e o facto de associar a uma ape 50 tb não ajudou.

    Já me ofereceram boleias de motas , ou motões , não me atrevi porque n confiei .

    Não percebi o conceito clean do motoqueiro português :S sou um bocado disléxica com estereótipos , acho que não servem para nada ...

    Aqueles que conheço,(2), infelizmente usam as motas para impressionar as "ladys" (de notar que n chamei de gajas ahn !) , e funciona, mas n cmg .

    Resumindo: não sei andar de mota , mas sei andar de bicicleta , duma certa forma (mais lenta) tb sinto o vento na cara , e às vezes até mosquitos. hehe

    Beijos

    :P

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  16. Naturezas,

    “Não percebi o conceito clean do motoqueiro português :S

    Vamos lá ver, o motard português tipo não é “clean” necessariamente (bem pelo contrário nalguns casos)… o “clean” chamou-me a Afrodite exactamente porque não encaixo no estereótipo ;)

    “sou um bocado disléxica com estereótipos, acho que não servem para nada ...”

    Olha que até servem, para catalogar, discriminar… coisas que acredito não gostes de fazer por isso percebo a tua dislexia.

    Voltando ao “clean”, o que está em causa é a ideia que temos de um “gajo” que anda de moto… não sei se os 2 que dizes conhecer são daqueles que se olha e se pensa logo “este anda de mota” (desculpa pensar assim mas se usam a mota para impressionar as ladies, como dizes, encaixam um pouco no estereótipo).

    “Já me ofereceram boleias de motas , ou motões , não me atrevi porque n confiei .”

    Como disse à Cris, convém confiar no condutor, diria mesmo que é fundamental para se poder tirar partido da experiência.

    Andar de mota e de bicicleta pode parecer similar mas não é o mesmo tipo de equilíbrio… a sensação é diferente… como já disse uso capacete integral pelo que não é o vento na cara que me atrai… não sei explicar o que é mas adoro andar de mota!

    Mesmo com 58kg acho que conseguias andar na minha pequenina (sim eu tenho 2 motas!). É uma mota muito simpática de conduzir… é quase uma bicicleta mas não tem pedais ;)

    Resumindo: espero que um dia voltes a experimentar conduzir uma mota ou, pelo menos, arranjes alguém em quem confies para dar uma volta à pendura e depois poderás sentir do que falo, quando digo, que adoro andar de mota!


    Beijinhos,
    FATifer

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  17. Com licença, para Naturezas: peso 48 quilos, mido 1'53 e ando de mota, uma 650, essa da que se vê aí na foto um pedaço. Não tenho maior porque são muito altas para mim aquelas das que gosto. Levo luvas, blusão e capacete integral com a viseira baixada ou só ligeiramente levantada -quando está muita calor e não vou por autoestrada. Calças de mota é que não levo sempre, todavia reconhecendo que me 'sinto' mais protegida com elas.

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