domingo, 18 de janeiro de 2009

Cap. 4


Olhou para o telemóvel, por descargo de consciência, sabia que não tinha rede.
Por mais que bater na porta fosse um método que considerava primitivo está na dúvida se o tentariam do outro lado, o que o leva a fazer um compasso de espera antes de se dirigir à sala de controlo. O raciocínio era simples, a haver algum local onde se poderia comunicar com o exterior o mais lógico seria que fosse lá, onde toda a informação chega!
À espera, a olhar para aquela porta enorme à sua frente, dá consigo pensando nos olhos da Lisa, na forma como o tinham hipnotizado... o Philip tinha razão, ela gostava dele... vendo bem, ela até era engraçadinha...


- Sim…
- Miss Anderson? General Patterson, US Army.
- Diga general…
- Dê-me um ponto de situação.
- O bunker está fechado e ficou um civil lá dentro.
- E os restantes?
- Os restantes estão bem, há apenas uma rapariga com o tornozelo torcido.
- Todos terão de ser interrogados!
- Sim general, eu sei o protocolo.
- Eu sei que sabe mas… bem, vou enviar o Tenente McNeelly para aí.
- Como queira General.

Miss Anderson desliga o telemóvel e pede licença à Miss Pedington e ao Mr Smith, que continuavam com cara de quem não acreditava no que estava a acontecer, e dirige-se aos homens que continuavam em sentido à espera de orientações:

- Meus senhores conhecem o protocolo, todos seremos interrogados… comecem a organizar as pessoas em grupos de 5. Vem aí o Tenente McNeelly e não quero ter de o aturar!
- Sim Miss Anderson (responderam em uníssono)

Os quatro homens começaram a organizar os grupos como lhes tinha sido indicado e Miss Anderson voltou ao pé de Miss Pedington e ao Mr Smith que estavam perto da Lisa e do Philip.

- Bem vamos lá sair daqui, temos que ir para a base para o interrogatório.
- E o Tom?
- Sim e o Tom?
- Calma, calma, já vamos resolver esse problema... tudo a seu tempo...
- Interrogatório?
- Sim Mr Smith é parte do protocolo, dado o que aconteceu. Não se preocupe apenas tem de ficar registado o que todos se lembram do acontecido.
- E o Tom?
- Miss Pedington, como já disse, já vamos tratar desse problema também. Por enquanto não há nada a fazer a porta está fechada e assim vai ficar uma semana.
- Mas…
- Vamos lá, acompanhem-me por favor…


Dentro do bunker, Tom começou a encaminhar-se para a sala de controlo enquanto relembrava cada passo da visita…passou pela sala de lazer em direcção às camaratas. Chegado às camaratas confirma o que já suspeitava e o preocupava, as portas para as salas de controlo estavam fechadas. À esquerda só se via o rectângulo preto que estaria ao lado da porta da sala de controlo actual e à direita estava a porta para a sala de controlo antiga, com o seu teclado numérico. Parecia não haver maneira de entrar em nenhuma das duas…


Cá fora os grupos de alunos foram encaminhados para as instalações da antiga base militar no sopé da montanha. À porta esperava-os o Tenente McNeelly com uma escolta de 4 homens.

- Miss Anderson.
- Tenente McNeelly.
- As salas estão preparadas.
- Os grupos estão feitos.
- Muito bem distribuam os grupos pelas salas e comece-se os interrogatórios.
- Vocês os 4 vão para a sala A e a Miss Anderson…
- Eu faço parte deste grupo.
- Como queira mas… preciso que me acompanhe primeiro, por favor.
- …
- Então Patricia, como foi acontecer isto?
- Gordon, já sabes que não gosto que me trates pelo meu nome aqui.
- Adoro quando finges não me tolerar…
- E eu detesto quando foges ao que combinámos!
- Pronto, ok… mas diz-me lá o que achas do rapaz que ficou lá dentro. Como será a melhor forma de o contactarmos? Se ao menos ele estivesse na sala de controlo…
- Se queres que te diga acho que ele vai conseguir lá entrar…
- Como?
- Eu mostrei-lhe…
- Ah é um dos que levaste lá dentro?
- Sim, é o que motivou o meu pedido de mostrar a sala de controlo e parece saber bastante da instalação para um civil.
- Pois mas mesmo assim não sei se conseguirá entrar na sala, não te esqueças que há a questão da leitura da palma...
- Às vezes desiludes-me, nem parece que chefias a equipe que chefias…
- Não posso considerar que este civil tenha as aptidões e conhecimentos dos membros da minha equipe.
- Pois sim mas olha que ele vai surpreender-te…
- Vamos ver… sabes o que é irónico?
- O quê?
- É que na próxima semana íamos desactivar aqueles botões…
- Já não era sem tempo, nunca percebi o porquê da sua existência e muito menos a sua manutenção… isso e a questão do fecho por uma semana… coitado do rapaz…
- Se ele gosta e conhece a instalação, como dizes, até vai achar piada…
- Sim, durante umas horas ou até um dia ou dois mas uma semana!
- Calma estamos a tratar disso… se não se conseguir curto circuitar o controlo tentaremos uma entrada na instalação, já estamos a estudar as alternativas possíveis.
- Por acaso gostava de ver quais as hipóteses que estão a colocar…
- Verás, até porque quero a tua opinião mas agora vai para sala F para junto do grupo que escolheste.
- Até já Tenente McNeelly.
- Até já Patricia … ok Miss Anderson, não faças essa cara!


Tom olhava para a parede e ponderava as suas opções… preferia entrar directamente na sala moderna mas tal poderia revelar-se mais difícil. Em todo o caso decidiu testar a ideia de filme que lhe veio à cabeça. Dirigiu-se às casas de banho existentes a um canto das camaratas à procura de pó de talco, que encontrou. Depois foi à cozinha buscar um pouco de filme do que a mãe usava para embrulhar sandes. Uma vez de posse dos dois encaminha-se para o rectângulo do lado esquerdo da parede do fundo das camaratas. Pega no pó de talco, espalha sobre o rectângulo e sopra. Como esperava, ao soprar ficou limpo, não havia impressões recentes, para seu azar. Não desanima pois, graças à sua memória fotográfica, tinha decorado o código de 7 dígitos necessário para entrar na sala de controlo antiga. Digita-o no teclado numérico e a porta abre-se. Tal como há pouco quando entrara nesta sala, acompanhado da Miss Anderson, da Miss Pedington e do Philip, repara de novo que só as luzes se acendem todos os mostradores estão inactivos. Dirige-se ao rectângulo preto na parede que a Miss Anderson usara para abrir a porta da sala de controlo actual e repete a operação com o pó de talco. Agora sim tem uma impressão visível depois de soprar. Observa a impressão e constata que a sua mão deve ter umas dimensões aproximadas. Coloca o filme sobre o rectângulo e encosta a mão no rectângulo. Ouve-se de novo:

“Access Granted, Welcome Miss Anderson”.

A porta dissimulada abre-se e os seus olhos brilham agora por outro motivo. Entra pela porta e dirige-se à consola principal onde verifica que estão registadas várias tentativas de entrada no sistema por parte do exterior mas nenhuma bem sucedida. Noutro monitor vê um relógio em contagem decrescente, está marcado 6 dias 22 horas 7 minutos e 27 segundos quando olha…

- Estou aqui fechado por uma semana?!

Diz alto para ninguém pois afinal está sozinho…


(continua)

FATifer

12 comentários:

  1. Eheh, esse ainda vai ser presidente dos EUA ;)

    Beijos :)

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  2. Pax,

    Ah, estás a raciocinar segundo o exemplo daquele que ainda não é presidente pois o ainda actual é … bem nem preciso bater mais…

    :)

    Beijinhos,
    FATifer

    PS – a ver se esta semana consigo escrever o cap. 5…

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  3. É que (embora os exemplos não o demonstrem com frequência) é possivel alguém esperto chegar à presidência de um país ;)

    Beijos :)

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  4. Cá fico à espera do seguimento :)

    beijinho

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  5. waiting... esta história interrompida é tortuosa!!! ihihi

    Beijinhos
    P@pinh@

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  6. Who Am I,

    Como disse à Pax quero ver se consigo escrever o cap.5 esta semana vamos ver…

    Beijinhos e obrigado por leres,
    FATifer

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  7. Papinha,

    Desculpa-me a espera (embora tivesse avisado que deveria demorar mais que na anterior).

    Peço-te que tenhas paciência… e desculpa discordar mas acho que a história ainda não está muito tortuosa :P

    :)

    Beijinhos,
    FATifer

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  8. Bom, o rapaz parece que já a tinha fisgada, a decorar o código de 7 dígitos... :)))

    E já abriu as portas e ainda lá não está há 2 horas?! Ena, ena, ele não é esperto: é um crânio!!! :D

    Bom, OK, vou aguardar o seguimento e vou-me deixar de palpites...

    Beijocas!

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  9. Teté,

    Podes deixar os teus palpites à vontade ;)

    Em relação ao código de 7 dígitos, o rapaz não tem culpa de ter memória fotográfica… :P

    Quanto a ser um crânio ou não … a ver vamos… (assim eu tenha inspiração e disposição)

    Obrigado por leres.

    Beijinhos,
    FATifer

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