quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

“Um Encontro Perfeito” - desafio

Enquadramento:


Este texto nasce do desafio da Orquídea Selvagem. Por mais que reafirme que não é meu hábito responder a desafios, desta vez abro uma excepção porque me apetece (e porque ela merece). Ora, como penso que todos concordarão, o conceito de “perfeito” é altamente subjectivo, tal como os conceitos de “lamechas” e “romântico” e outros que tais. Assim façam os juízos que entenderem que eu escrevo o que quero, porque me apetece!
Como diria o outro, qualquer semelhança com a realidade é pura ficção…


Era um fim de tarde como tantos outros, voltava para casa mergulhado nos pensamentos do que tinha deixado por fazer. Caminhando pelas ruas em passo estugado estava quase alheio ao que o rodeava, como que em modo automático, tudo era apenas interpretado como sendo ou não um potencial obstáculo à sua passagem, nada mais. Por mais que tivesse olhado não viu o canteiro de flores multicolores, o rapaz que passeava o cão, a mulher que levava o gato ao colo, o mendigo que olhava o copo com umas moedas no fundo, o desenho da calçada onde faltava uma pedra, os raios de sol a passar por entre as copas das árvores. Tudo parecia a preto e banco ou nem isso. Caminhava decidido mas na sua mente ainda estava à frente do computador, a analisar a melhor forma de colocar aquele gráfico ou qual a ordem mais conveniente dos slides. Decididamente o percurso a pé que se obrigara para desligar do trabalho não estava a dar resultado mas já está perto de casa.
De repente um aroma suave e floral desperta-lhe os sentidos. Olha para trás mas já só consegue distinguir o som de saltos altos na calçada ao dobrar da esquina. Pára e fica a fitar a esquina ao fundo da rua estreita que estava a subir.

“Não pode ser” pensa, “este perfume, só ela o fazia!...”.

Parte dele quer voltar-se para cima e continuar a pensar nos slides mas continua estático a olhar o fundo da rua, onde o som dos saltos deixou de ser perceptível. Corre e dobra a esquina, nada vê. Teria sonhado?
Volta a dobrar a esquina e sobe a rua, agora mais desperto ao que o rodeia, por mais que intrigado com a forma como havia “despertado”. Olha o candeeiro antigo e a vidraça partida daquela janela onde em tempos estava uma velhota a ver quem passava. Sente a calçada irregular debaixo dos pés e a brisa na cara. Pára à porta de casa, tira a chaves do bolso, abre a porta e entra. Coloca o casaco no cabide que pendura no bengaleiro à entrada e sobe a escada para o quarto. Ao entrar no quarto vê um pequeno envelope em cima da cama. Dentro do envelope, sem nada escrito por fora, encontra um cartão onde se pode ler:

“22h no nosso lugar… beijo”

O envelope cai a seus pés e fica imóvel a olhar para o cartão na sua mão.



Continua…


FATifer

4 comentários:

  1. Vês porque é que eu tinha saudades de te ler? Está magnífico.

    Obrigada por me dares este presente que chegou um dia adiantado.


    Beijinhos na expectativa da continuação.

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  2. Cara Orquídea,

    Fico contente que te tenha agradado até agora :)

    … já escrevi mais alguma coisa mas, na minha opinião, não o suficiente para publicar. Vais ter de ficar na expectativa mais um pouco…

    Beijinhos,
    FATifer

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  3. Eu sei esperar... take your time.


    Pacient kisses :)

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  4. :)

    Ainda bem… mas também não tenciono demorar muito, só não garanto que seja já amanhã…

    Beijinhos,
    FATifer

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