quarta-feira, 10 de junho de 2009

Monólogo de mim…


Perdido no meu eu, vagueio por entre os meus pensamentos como uma criança num parque de diversões. Vejo os meus fantasmas mas não entro, hoje não me apetece passar por ali, prefiro continuar para outro lado. Neste parque de diversões a montanha russa é pequena, o poço da morte não existe, são mais as máquinas de jogos e afins… para alguns é, talvez, um parque de diversões muito pouco divertido mas é o que se pode arranjar. Continuo a vaguear e dou comigo na casa dos espelhos. Porque é que venho tantas vezes aqui parar? Porque pareço ter esta necessidade de me ver com outros olhos? Será porque só aqui vejo partes de mim que não quero assumir ou que luto para que não sejam realmente partes de mim? E outras, que gostava que fossem mas não passam de ilusões de óptica? Vontades inatingíveis, reflexos do que seria perfeito mas por isso mesmo inatingível… perco-me vezes demais nesta casa dos espelhos quando podia estar na banca das bolas e dos pinos a tentar ganhar prémios ou mesmo na das farturas ou do algodão doce…

FATifer

12 comentários:

  1. Muito bonito este texto :)

    E vermos-nos reflectidos, vermos-nos de outros ângulos, olhar e vermos-nos apenas também faz falta. Ainda que depois batamos a porta e acabemos a lamber os dedos com o algodão!

    Mas não te esqueças de que há espelhos que nos deformam ou embelezam, que não nos dão uma imagem nem aproximada daquilo que, na verdade, somos.

    Bom feriado! :)

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  2. Acho que praticamente todo o ser humano com um mínimo de consciencia de si, se revê neste teu bonito texto. A minha casa dos espelhos é uma casa com egos e umbigos só meus... :DDDD

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  3. Cara deusa Pax,

    Ainda bem que achas o texto bonito. Foi daqueles que escrevi assim quase por instinto e depois de ler e reler, achei que merecia estar aqui.

    Neste texto está condensado muito do que é minha forma de ser e estar… muita coisa teria de escrever para explicar tudo o que ele engloba…

    Nem sempre chego a apreciar o algodão porque, como disse, perco tempo demais com os espelhos, sempre a tentar ver se imagem está deformada ou não… ;)

    Bom feriado para ti também.

    Beijinhos,
    FATifer

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  4. Vani,

    “Acho que praticamente todo o ser humano com um mínimo de consciencia de si, se revê neste teu bonito texto.”

    Agradeço que também classifiques este texto de “bonito”. Em relação ao que dizes… concordo… mas, ao ler, não pude deixar de pensar quantos seres humanos estarão englobados nessa tua frase? O que será ter “um mínimo de consciencia de si”? (a pergunta é, obviamente, retórica…)

    “A minha casa dos espelhos é uma casa com egos e umbigos só meus...”

    Arrogo-me o direito de dizer que te entendo embora apenas possa pensar que sim…

    Beijinhos,
    FATifer

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  5. E quando vagueias no meio dos teus pensamentos alguma vez levaste com um baloiço na cabeça? A mim aconteceu-me...

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  6. Rafeiro Perfumado,

    Literalmente falando não, baloiço não… mas já “marrei” numa paragem de auto carro (como revelei no meu último texto).

    Quanto a outras interpretações que a palavra “baloiço” poderia ter… não vou comentar…

    Abraço,
    FATifer

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  7. Mas olha que nas farturas e no algodão doce, engorda!!!!

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  8. Roderick,

    Pois gostava dizer que seria por este tipo de preocupações que não chego à farturas ou ao algodão doce mas não é por aí… engordar nunca foi algo que me preocupasse por aí além (pelo menos por enquanto).

    Abraço,
    FATifer

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  9. Fatifer,

    para encontrar o verdadeiro "EU" teremos de "perder" tempo e "perder" bocados de muitos nós.

    Bonita a forma como escreveste

    beijinho

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  10. Who Am I,

    Bonita é também a tua frase e muito rica também… encontrar o verdadeiro “eu” é algo que me parece que nem todos querem, muito menos mostra-lo (se é que isso se consegue).

    Ainda bem que gostaste do texto :)

    Beijinho,
    FATifer

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  11. Bolas...mas será que a conversa passa sempre pela comidinha??? agora apetece-me algodão doce! Ainda bem que estou a fazer a janta ahahahaha.

    Penso que quem está de fora vê melhor certas coisas. Outras, talvez não.

    Ter consciência de si mesmo é tramado. Especialmente quando o medo de a perder se torna sufocante...

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  12. Vani,

    (já fizemos o aviso que este blog engorda! :) )

    “Penso que quem está de fora vê melhor certas coisas. Outras, talvez não.”

    Já falámos sobre isto, a imagem que temos de nós próprios e a imagem que os outros têm de nós nunca são coincidentes (ou melhor mesmo que o sejam não há forma de o provar…)

    “Ter consciência de si mesmo é tramado. Especialmente quando o medo de a perder se torna sufocante...”

    Compreendo (ou a acho que sei) a que é que te referes mas (com perdão da minha arrogância) penso que nunca perderei a consciência de mim pois, se em vida tal acontecer, quer dizer que estou senil e portanto deixei de ser eu – esse é portanto um medo que não alimento! (claro que podes dizer que estou a levar ao limite o que dizes e que te referias apenas a situações em que parece que perdemos a capacidade de auto crítica, por exemplo. Talvez mas, arrogantemente de novo, não me parece que corra esse risco, de tal forma crítico que já sou de mim…)

    Beijinhos (e obrigado por me fazeres divagar assim!),
    FATifer

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