quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

“Já não há muitas pessoas assim”


Esta frase, que ouvi (ontem) na véspera de natal, tem andado a bater cá dentro… bem é melhor contar a cena para poderem perceber…
Então foi assim, estava eu a guardar as compras na caixa do supermercado, enquanto o meu pai pagava. Notei que o sr. que tinha estado à nossa frente tinha deixado o telemóvel e a carteira na extremidade do rebordo da caixa. Vim à porta e como ainda o vi a meio da rua, voltei lá dentro, peguei nas coisas e correndo (pois não queria que o meu pai tivesse que ficar muito tempo à minha espera) fui devolvê-las ao sr.. Depois de me agradecer e de me desejar um “bom natal” disse “Já não há muitas pessoas assim” e sorriu com uma expressão que traduzia um misto de agradecimento e de alívio…

(contei não para ficarem a pensar “ele é muito boa pessoa” embora, tenha de confessar que, claro que me agrada que pensem assim, pois tento ser…)

Como disse, a frase ficou a bater cá dentro… fiquei a pensar quantas pessoas conheço fariam o que fiz?... não gostei das respostas que encontrei a esta pergunta… as inquietações não são novas mas porque estamos nós cada vez mais egoístas?... este foi um gesto simples (custou uma corridinha e uns minutos de espera ao meu pai) mas quase que estou a ver a cara de uma amiga se lhe contasse esta história e o seu tradicional “tu não existes” seguido daquele sorriso de menina do campo, que tanto aprecio.

Convençam-me que o sr está errado, que há muitas pessoas assim! Senão de que vale falar de natal?

FATifer

18 comentários:

  1. Não há muitas pessoas assim... verdade! Especialmente nas grandes cidades, onde as pessoas se tornaram seres completamente individualistas e que por vezes nem os próprios vizinhos conhecem ou cumprimentam quando se cruzam no vão da escada.
    Eu não sei o que faria, dependeria do meu humor nesse dia, mas provavelmente faria o mesmo que tu... E a frase correcta do senhor deveria de ter sido: " ainda bem que continuam a haver algumas pessoas assim" isso leva-nos a perceber que afinal o ser humano ainda não está assim tão mal como pensávamos...

    Bjokas ;) crazy_girl

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  2. Crazy Girl,

    “E a frase correcta do senhor deveria de ter sido: " ainda bem que continuam a haver algumas pessoas assim" isso leva-nos a perceber que afinal o ser humano ainda não está assim tão mal como pensávamos...”

    Pois talvez… quero acreditar que haverá mais a dizerem como tu:

    “mas provavelmente faria o mesmo que tu...”

    por mais que reconheça que tens razão quando dizes:

    ” Especialmente nas grandes cidades, onde as pessoas se tornaram seres completamente individualistas e que por vezes nem os próprios vizinhos conhecem ou cumprimentam quando se cruzam no vão da escada.”

    É uma triste realidade…


    Noutro registo, fico contente de te ver de novo no nosso cantinho, obrigado por mais esta visita.

    Beijinhos,
    FATifer

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  3. Mas não há mesmo. Pelo menos aí em Portugal.
    Vou jantar fora, levanto-me para ir ao WC e em vez de me recolherem o prato sujo, recolheram-me o telemóvel.

    Aqui se me levanto para ir ao WC, alguém me chama a atenção se eu deixar, nem que seja um pacote de chiclets na mesa.

    Certo dia em PT, achei uma carteira num bar. Lá dentro 20.000 escudos em notas de 5 contos o equivalente a 100 euros. Disse à senhora do balcão que tinha achado uma carteira e deixei o meu numero.
    Passado duas horas uma senhora telefona-me e de uma forma fria diz-me para ir ao bar.
    Fui, dei-lhe a carteira, ela abriu, confirmou o dinheiro, virou costas e nunca mais a vi.

    Nem um agradecimento, eu deveria era seguido o conselho de um colega meu e pagar uma bebedeira à malta. Ou apresentar queixa da senhora. Eu não queria recompensa, mas um obrigado só ficava bem, até porque a lei estipula que quem acha tem direito legal a 10%.

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  4. Bem, eu faria o mesmo! A correr é que não,que eu detesto correr. ehheh

    beijinho

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  5. Crest©,

    Pois não sei se verei as coisas tão negras assim… ainda há pessoas como nós… e por mais que não ache que alguém venha aqui assumir que não faria o que fiz (até porque este cantinho é muito bem frequentado) quero acreditar que não somos assim tão poucos…

    Infelizmente não me custa acreditar no que contas e isso entristece-me… mas, como disse, quero acreditar que ainda somos uns quantos “bem intencionados”.

    Abraço,
    FATifer

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  6. Who Am I,

    Como expliquei, fui a correr porque o sr já ia a meio da rua e não queria deixar o meu pai à espera ;)

    Também não gosto de correr por correr. Neste caso ia a qualquer lado e como nem tenho jogado à bola até me fez bem ;)

    Obrigado por juntares a tua voz e tentares convencer-me que há mais como eu, como tinha pedido.

    Beijinhos,
    FATifer

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  7. Há pessoas assim, há! E muitas, suponho!

    Só que a atitude contrária de apanhar-e-guardar-no-bolso também tem os seus adeptos e é dessas que as pessoas falam mais...

    O meu marido uma vez perdeu a carteira na rua, sem dar por nada, e no dia seguinte telefonaram-lhe para a devolver, com tudo intacto, dinheiro inclusivé. Ainda se deram ao trabalho de procurar o nº de telefone e telefonar...

    Beijocas!

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  8. Eu também sou assim, mas isso não chega para falar de natal...

    Beijo

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  9. Bem, eu também faço esse tipo de "parvoices".
    Acho que se um dia o não fizesse nem iria conseguir dormir e, portanto, nem arrisco :)

    Fica tranquilo, há mais pessoas assim, sim :)

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  10. Teté,

    “Há pessoas assim, há! E muitas, suponho!”

    :)

    Ainda bem que assim achas… eu também quero acreditar que sim.

    Beijinhos,
    FATifer

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  11. Ricardo,

    Ainda bem que também és assim… pode não chegar para falar de natal mas é um começo ;)


    Não tendo nada contra o teu “beijo” mas prefiro retribuir com:

    Um abraço,
    FATifer

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  12. Pax,

    “Fica tranquilo, há mais pessoas assim, sim :)”

    Pois tu não tinha dúvida que fazias “parvoíces” destas e claro que fico mais tranquilo por seres tu a dizer que há mais pessoas assim ;)

    Beijinhos,
    FATifer

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  13. "fico mais tranquilo por seres tu a dizer que há mais pessoas assim ;)"

    Eu conheço várias pessoas assim.
    E gosto muito de conhecer pessoas assim, como tu.
    O mundo pode nem ser tão mau como muitas vezes parece, depende sempre de termos ou não a sorte ou a possibilidade de nos cruzarmos com pessoas "assim", como teve esse senhor.

    Beijos :)

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  14. Nessa situação, numa caixa de supermercado, acho que há muitas pessoas assim. Já noutra circunstância, se calhar já não há tantas assim. A ocasião faz o ladrão, e quando não há ninguém por perto, se calhar a coisa vai por outro caminho. Há quem pense várias vezes, há quem pense apenas duas, uma, ou há até quem não pense. E ouse ser honesto. Ou não.

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  15. Pax,

    :)

    (repito-me mas tem de ser, é também um privilégio ter-te conhecido e continuar a partilhar este espaço contigo)

    Bejinhos,
    FATifer

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  16. Bruno,

    (ia dar-te as boas vindas mas depois reparei que a Pax já o fez naquele que foi, na verdade, o teu primeiro comentário neste nosso espaço…)

    Gostava de não concordar com o que dizes mas é mesmo porque concordo que pedi que me convencessem do contrário…

    Sublinho esta tua frase:
    “…ouse ser honesto”

    Obrigado pela visita, volta sempre.

    Cumprimentos,
    FATifer

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  17. Sinceramente, se te consola, eu faria o mesmo que tu fizeste, até deixando a gente toda a esperar por mim na fila na caixa. Não imagino outra opção. E estou certa que ninguém protestaria, achariam normal, pois todos estariam a colocar-se no lugar de quem deixou a carteira, ou o que fosse, esquecido.
    Que há quem não faria? Com certeza.

    Já esqueci uma vez as chaves da mota na mesa enquanto ia à casa de banho (a mota fora à vista) num café bastante concorrido e quando voltei, estavam lá, chaves e mota. E foi em Portugal. Vocês tendem a pensar sempre mal do seu país mas gente normal e má há em toda a parte.

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  18. Sun Iou Miou,

    Sinceramente consola-me sim… (bem como gosto de te voltar a ver por este nosso cantinho.)

    “Vocês tendem a pensar sempre mal do seu país mas gente normal e má há em toda a parte.”

    Uma grande verdade que dizes mas olha que na minha opinião nós somos mesmo demasiado autocríticos, não nos valorizando o quanto devemos… é uma questão cultural que daria pano para mangas debater…

    Agradeço-te, também a ti, responderes ao meu pedido e tentares convencer-me que não estou sozinho… eu sabia que não estava mas é sempre bom poder confirmá-lo!

    Beijinhos,
    FATifer

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