domingo, 14 de dezembro de 2008

Parte X


- Pai?
- Sim filha?
- Vou a Lisboa, posso levar o RX8?
- Podes.
- Até logo pai, até logo Sofia.
- Até logo filha.
-Até logo, tem cuidado!
- Sim mamã…
-…
- Como o tempo passa… já faz quase um ano que vivo aqui contigo.
- É verdade…
- Larga esse jornal, vamos dar um passeio no jardim, está um dia lindo!
- Os seus desejos são ordens Rainha Sofia.
- Rainha, pois, pois!
- Vossa alteza duvida que o é?
-...
- Duvida que governa o coração deste seu humilde servo?
- Guilherme, deixa-te de brincadeiras, larga o jornal…
- Pronto… deixa-me só pegar nos óculos de sol, vamos já.

Dobra o “lençol” que estava a ler e pousa-o na mesinha de apoio. Pega nos óculos escuros, levanta-se do cadeirão de couro e encaminha-se para a porta que dá para o jardim onde ela o espera. Trocam um beijo e descem a escadaria branca abraçados.
Aqueles passeios são uma rotina que ela cultivara, pois como ele, adorava aquele jardim com todos os seus recantos. Passam pela grande nogueira e dirigem-se ao pequeno lago, onde param apreciando o som da água que cai em cascata numa das extremidades. O sol penetra nas copas das árvores projectando sombras rendilhadas na relva e nos caminhos. Sofia colhe uma rosa vermelha, ele retira-lha da mão e, colocando o caule na boca, olha-a com um ar como que convidando-a a dançar. Sofia sorri e retribui o olhar… mas não se entregam ao tango, desta vez. Ele devolve-lhe a rosa e continuam o passeio. Detêm-se de novo, como habitualmente, de fronte do Taxódio (ou cipreste de folha caduca). Não se cansam de admirar aquele tronco, com aspecto secular, onde conseguem sempre encontrar novos pormenores que comentam um com o outro.

- O que vamos almoçar?
- Pedi à Hermínia para fazer bifes de espadarte.
- Hum… parece-me bem… que horas são?
- Já estás com fome homem?
- Eu estou sempre com fome…
- Pois… vamos para dentro que eu vejo com a Hermínia quanto tempo vai demorar ainda…

Depois do almoço decidem ir ver o mar…

- Que cara é essa?
- Porque me trouxeste aqui?
- Não gostas do Guincho?
- Gosto mas…
- O que foi Sofia?
- Tu sabes…
- Achas que vim aqui por causa da Isabel?
- …
- Sofia… Sofia, olha para mim…
- Estou a olhar…
- Tu sabes que a Isabel… estará sempre aqui dentro… já te contei todas as histórias…
- Pois e aqui foi onde tudo começou…
- Pois foi… mas não estou a perceber esta insegurança agora?
- Competir com um fantasma perfeito é difícil, sabes?
- Competir?
- Sim…
- Não Sofia….tu não competes, já não tens de competir…
- Não?…
- Não…
- O que queres dizer com isso?…

Devagar aproxima os seus lábios dos dela e beija-a, um beijo firme e sentido.

- … quero dizer que tu conquistaste o teu espaço ao lado dela, como te tinha pedido.
- Guilherme… eu não me esqueci que dia é hoje…
- Eu também não Sofia… acho que está na altura…
- Está na altura de quê?
- Confia em mim…

Voltaram a entrar no carro e regressaram a casa. Como um ano antes fizera com filha, conduz Sofia até ao quarto secreto, abre a caixa de prata com a chave, que desta vez já não está no bolso mas sim pousada ao lado da caixa. Retira o envelope e pela segunda vez lê alto aquela carta de Isabel. Será a última vez que lerá aquela carta. As lágrimas correm pelas faces de Sofia…

- Como vês ela própria queria que te encontrasse.
- …
- E nem precisei procurar muito, tu sempre estiveste mesmo aqui, Sofia.
- Era uma grande mulher a Isabel…
- Pois era…
- E ou outro envelope?
- O outro envelope é meu… escrevi-o para ela mas agora entrego-to a ti…
- Não compreendo?...
- Abre…

Sofia pega no envelope amarelecido pelo tempo e abre-o cuidadosamente. Retira uma folha em tudo igual à da carta de Isabel para ele, o mesmo papel dobrado em dois. Com as mãos trémulas desdobra a folha de papel, revelando lentamente uma única palavra escrita:

“Amo-te”

Com os olhos inundados de lágrimas olha para ele…

- Sempre foste um homem de poucas palavras…
- Sim…
- Também ainda não tinha tido coragem de te dizer mas…
- …
- Guilherme… Amo-te…
- Eu sei … por isso tens esse papel na mão.

Com os polegares limpa-lhe as lágrimas numa carícia demorada, inclina-se e beija-a… um beijo doce e terno, para que pare de soluçar.

- … só não percebi o que a Isabel queria dizer com aquele segundo desejo?…
- Vem comigo eu mostro-te.

Descem à garagem, para espanto da Sofia, entram no DB4GT. Ela sempre pensara que aquele Aston Martin não andava. O som do motor enche a garagem. Arrancam.

- Onde vamos?
- Já vais ver…

Tal como um ano antes com a filha, diverte-se a fazer chiar os pneus enquanto desenha cada curva, como é belo o rugir daquele motor.

- Cabo da Roca?
- Sim Sofia… espera um pouco, quando chegarmos eu explico.

Chegam… estaciona… saem e encaminham-se para o fim da terra…

- Quer dizer que libertaste as cinzas dela aqui, foi?
- Sim… como era seu desejo…
- Entendo… assim voou…



- ISABEL!... como vês cumpri finalmente o teu desejo, voltei a viver!

O rebentar de uma onda mais forte ecoa penhasco a cima e o vento parece acalmar para uma brisa à volta deles…

- Parece que te respondeu…
- Pois foi…

Sofia procura o aconchego dos seus braços e ele abraça-a, beijam-se.

- Pronto, agora sabes tudo.
- Sim…
- Agora não tens de ter mais medo do fantasma…
- …
- Agora, por mais que nunca a esqueça, serei só teu…
- E eu tua…

Voltam a casa. Saem da garagem para o jardim e vêm sentar-se no banco de mármore à sombra da velha nogueira, de mãos dadas, qual par de namorados apaixonados. Beijam-se, um beijo doce mas quente… Sofia repousa a cabeça no seu ombro e ficam ali ouvindo o chilrear dos pássaros.

- Olha, não é a Helena que vem ali?
- É sim…
- Mas quem é aquele rapaz com ela?
- Não sei…



- Pai este é o Miguel, ele ajudou-me a mudar um pneu do Mazda…


Fim


FATifer

26 comentários:

  1. Pronto... está bem... não vou ter de lhe bater :)
    Gostei muitoooo do final. Foi um final que foi bom para todos, o que nem sempre acontece.

    Quanto à parte literária, foi excelente desde a primeira frase como, aliás, tu sabes até pelo que aqui tem sido comentado.

    Parabéns pela escrita, pela partilha e por teres gostado de o fazer.

    Beijos :)

    ResponderEliminar
  2. Cara Pax,

    “Gostei muitoooo do final. Foi um final que foi bom para todos, o que nem sempre acontece.”

    É a vantagem da ficção, podemos sempre criar um “final feliz”… :)

    “Quanto à parte literária, foi excelente desde a primeira frase como, aliás, tu sabes até pelo que aqui tem sido comentado.”

    “parte literária” onde? :P…

    “Parabéns pela escrita, pela partilha e por teres gostado de o fazer.”

    Confesso que, como já repeti várias vezes, foi um prazer escrever está história e foi também muito bom receber todos os elogios que recebi. Fosse eu outro e ainda me convencia que sei escrever ;)

    Como já disse, não sou escritor nem pretendo sê-lo. Mas, modéstia à parte, fiquei satisfeito com o que aqui produzi e contente por, ao partilhar, ter visto que apreciaram.

    Obrigado a ti, em particular, pelo acompanhamento dedicado que fizeste deste meu exercício de escrita.

    Beijinhos,
    FATifer

    ResponderEliminar
  3. Finais felizes não existem somente em ficção, embora nem sempre sejam como idealizamos, muitas vezes (quase sempre) pela nossa própria culpa.

    Escreves bem sim, apesar da tua area ser outra que não a dedicada às letras, mas isso não impede um bom escritor de o ser na mesma.
    (Do mesmo modo que eu também sei fazer bem feito coisas que não pertencem à minha area :)

    Para mim foi um prazer fazer o, como chamas, acompanhamento dedicado. Não abdicaria dele.

    Beijo grande :)

    ResponderEliminar
  4. Pax,

    “Finais felizes não existem somente em ficção, embora nem sempre sejam como idealizamos, muitas vezes (quase sempre) pela nossa própria culpa.”

    Plenamente de acordo… mas na ficção é muito mais fácil, basta imaginar! ;)

    “Escreves bem sim”

    Bondade tua. (ok, ok … até tenho algum jeitinho, pronto, não te zangues de estar sempre a “discordar”)

    “apesar da tua area ser outra que não a dedicada às letras, mas isso não impede um bom escritor de o ser na mesma.”

    Sem dúvida, existem inúmeros exemplos disso … mas, como disse, não sou escritor … apenas escrevo…

    “Para mim foi um prazer fazer o, como chamas, acompanhamento dedicado. Não abdicaria dele.”

    Obrigado! :)


    Beijinhos,
    FATifer

    ResponderEliminar
  5. Ainda nem almocei e saltei logo para aqui :)

    Ainda bem que acorda tudo cedo ehehhe

    Tens um género de escrita que prende,parabéns.

    Lindo! Só posso dizer,lindo!

    beijinho e bom domingo

    ResponderEliminar
  6. Who Am I,

    :)

    “Tens um género de escrita que prende,parabéns.

    Lindo! Só posso dizer,lindo!”

    Obrigado, é muito bom saber que te agrada. Foi muito bom escrever e claro que receber estes elogios é também óptimo!

    Beijinhos e bom resto de domingo para ti também,
    FATifer

    ResponderEliminar
  7. Nada como uma familia feliz! :)

    Abraço

    Ps: Tomei a liberdade de te linkar no meu blog, espero que não te importes!

    ResponderEliminar
  8. Ricardo,

    Bem-vindo ao nosso cantinho.

    “Nada como uma familia feliz! :)”

    Sim, decidi-me pelo happy end ;)

    Obrigado pela visita, volta sempre.

    Abraço,
    FATifer

    PS- Porque nos havíamos de importar que aches que o nosso cantinho merece figurar nos teus links? Estás à vontade! ;)

    ResponderEliminar
  9. Li agora desde a parte VII até ao fim. Devorei tudo de uma só vez.
    Os meus parabéns pela história, foste capaz de me prender a atenção. Identifiquei-me agora no final nesta fala.
    "- Competir com um fantasma perfeito é difícil, sabes?"
    E de facto os fantasmas são complicados de lidar, eu que o diga. Mas com calma e acima de tudo com muito amor vamos ultrapassando as barreiras que criamos a nós próprios.
    Para mim essa é a moral da tua história, que com o amor somos capaz de ultrapassar todas as nossas barreiras, todos os nossos limites. Não sei se era este o teu objectivo, mas pelo menos foi assim que eu interpretei a história.

    Depois um dia que tenhas oportunidade, volta a escrever algo do género.

    ResponderEliminar
  10. Esqueci-me de referir um pormenor: Adorei a sensualidade, o erotismo, a introdução das motas e dos carros e o amor que está presente em toda a história.

    ResponderEliminar
  11. Excelente...do ínicio ao fim...

    Acompanhei tudo...adorei cada bocadinho!!

    Muito obrigada pelo prazer que nos transmitiste!

    Beijinhos
    P@pinh@

    ResponderEliminar
  12. Bom, no geral o conto está bem escrito e segue-se com interesse.

    Como te prometi uma opinião sincera no final, notei algumas cenas que me pareceram inverosímeis, no que toca ao passado, com alguma discrepância de personagens e atitudes: por um lado, que após um primeiro momento Guilherme mantenha aquele tratamento excessivamente pomposo para com a rapariga ou que o pai de Isabel ameace o rapaz com uma arma por este ir beijar a filha (tipo século XIX), por outro a menina utiliza o carro para passear e ir para a faculdade, coisa que muito raramente acontecia no início dos anos 80, quanto mais antes do 25A.

    De resto parece-me que um diálogo ou outro são supérfluos, não contribuindo para o desenrolar da história, mas isso até o Sousa Tavares no último livro escreve prái umas 100 páginas a mais.

    Parabéns ainda quanto às cenas de sexo que, pessoalmente, acho que não conseguiria (d)escrever.

    Importante mesmo é gostar de escrever e ter um certo prazer em partilhar aquilo que se cria...

    Obrigada! :)*

    Beijocas!

    ResponderEliminar
  13. Carloressu,

    “Os meus parabéns pela história, foste capaz de me prender a atenção.”
    Obrigado

    Quanto à frase que citas sobre os fantasmas não foi escrita com conhecimento de causa …

    Gostei da tua interpretação da moral da história … sinceramente acho que cada um terá a sua (mas que uma parte de mim sempre será um romântico).

    “Adorei a sensualidade, o erotismo, a introdução das motas e dos carros e o amor que está presente em toda a história.”

    :) … ainda bem que gostaste… a sensualidade e o erotismo até não são muito comuns na minha escrita mas desta vez (com o empurrãozinho da Pax) até consegui escrever algo de jeito nesse campo.

    “Depois um dia que tenhas oportunidade, volta a escrever algo do género.”

    Lembras-te como me pediste no inicio para ser breve? Feitas as contas (e graças às minhas férias) até consegui ser relativamente breve… quanto a outro texto deste género não prometo mas, assim tenha inspiração, pode ser que volte escrever algo nestes moldes (ou parecido).

    Volto a agradecer teres lido, comentado e elogiado (sabe bem saber a vossa opinião).

    Um abraço,
    FATifer

    ResponderEliminar
  14. Papinha,

    “Excelente...do ínicio ao fim...”

    Obrigado… (fizera-me tão bem ao ego todos os teus elogios!)

    “Acompanhei tudo...adorei cada bocadinho!!

    Muito obrigada pelo prazer que nos transmitiste!”

    Obrigado por acompanhares (é bom saber que agradou, que consegui transmitir o prazer que me deu escrever)

    Beijinhos,
    FATifer

    PS – desculpa se vais sentir falta como disseste mas não podia durar sempre…

    ResponderEliminar
  15. Teté,

    Primeiro agradeço a tua opinião sincera e objectiva, como já esperava.

    “Bom, no geral o conto está bem escrito e segue-se com interesse.”
    :) Obrigado

    “notei algumas cenas que me pareceram inverosímeis,”
    Por mais que me tenha esforçado seria de esperar…

    “no que toca ao passado”
    È difícil escrever-se sobre uma época que não se conhece sem fazer pesquisa (sim tens razão podia não ter escrito mas…)

    “com alguma discrepância de personagens e atitudes:”
    “por um lado, que após um primeiro momento Guilherme mantenha aquele tratamento excessivamente pomposo para com a rapariga”
    Podes também notar isso com a filha … aí isso é mesmo defeito meu…

    “ou que o pai de Isabel ameace o rapaz com uma arma por este ir beijar a filha (tipo século XIX),”
    Aí relembro que disse que o sr tinha uma forma particular de estar e também já confessei que essa parte foi um pouco novela como disse o Crest©.

    “por outro a menina utiliza o carro para passear e ir para a faculdade, coisa que muito raramente acontecia no início dos anos 80, quanto mais antes do 25A.”
    Verdade mas tentei retratar uma família rica e de hábitos diferentes (mãe inglesa, etc) que seria a excepção…

    “De resto parece-me que um diálogo ou outro são supérfluos, não contribuindo para o desenrolar da história, mas isso até o Sousa Tavares no último livro escreve prái umas 100 páginas a mais.”
    :)

    “Parabéns ainda quanto às cenas de sexo que, pessoalmente, acho que não conseguiria (d)escrever.”
    Obrigado. Modéstia à parte não ficaram mal de todo … (mérito do empurrãozinho da Pax)

    “Importante mesmo é gostar de escrever e ter um certo prazer em partilhar aquilo que se cria...

    Obrigada! :)*”

    Exactamente! Obrigado a ti pela tua opinião. Acaba por ser o melhor elogio que me fazes a análise que te deste ao trabalho de fazer.

    Beijinhos,
    FATifer

    ResponderEliminar
  16. Patrícia,

    Obrigado a ti, pelos elogios que fizeste anteriormente e por teres acompanhado este meu exercício de escrita ;)

    Fico muito contente de saber que te agradou.

    Beijinhos,
    FATifer

    ResponderEliminar
  17. Parabens tá lindo,feliz natal para ti e para os teus.

    ResponderEliminar
  18. Lindo!!!!!!!!!!!!

    Esta maravilhoso, e um final lindo!!!

    Adorei

    Uma grande beijoka

    ResponderEliminar
  19. Oscar,

    Bem vindo.

    Obrigado, ainda bem que gostaste.

    Um óptimo natal para ti também.

    Obrigado pela visita, volta sempre.

    Cumprimentos,
    FATifer

    ResponderEliminar
  20. Minhoca,

    Obrigado, obrigado… (assim fico a babar!)

    “Esta maravilhoso, e um final lindo!!!”

    Em relação à frase final, modéstia à parte, achei que era uma boa forma de acabar.
    (e claro que se não fosse um final feliz a Pax matava-me ;) )

    Ainda bem que adoraste :)

    Beijinhos,
    FATifer

    ResponderEliminar
  21. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  22. Bem, faltava-me ler estes dois últimos capítulos.

    Confesso que gostei da abordagem escrita, não a consigo definir ainda pois ainda não "escavei" a minha memória em busca de uma comparação, mas chegarei lá. Mas é de facto uma forma que se distingue logo nas primeiras frases, em parte por ser "formal". E por "formal", o que quero dizer, é que a leitura me faz imaginar cenários e neste caso os cenários foram engraçados devido ao conflito causado entre o que imaginava e o que lia.

    O que quero dizer é que mentalmente situei esta história nos anos 60, imaginei as roupas e bigodes de um grupo de pessoas da alta burguesia, mas depois os modelos de motos/carros não encaixavam na época :D

    Mas isto sou eu, que faço sempre filmes, daquilo que leio.

    ResponderEliminar
  23. Crest©,

    Eu confesso que estava a sentir falta desta tua opinião final.

    Fico contente que este meu exercício te tenha agradado. Gostava de poder dizer que, por mais que “escaves” não vais encontrar paralelismo mas ser positivamente único é tão difícil que não acredito que o consiga (por mais que, não sendo uma obsessão, seja algo que procuro em quase tudo na minha vida). Esta frase:

    “Mas é de facto uma forma que se distingue logo nas primeiras frases, em parte por ser "formal".”

    já me deixa satisfeito. Curioso (ou talvez não) o teres usado a palavra “formal” pois considero que esta é uma das características mais vincada em mim (mas chega de auto análise).

    “E por "formal", o que quero dizer, é que a leitura me faz imaginar cenários e neste caso os cenários foram engraçados devido ao conflito causado entre o que imaginava e o que lia.

    O que quero dizer é que mentalmente situei esta história nos anos 60, imaginei as roupas e bigodes de um grupo de pessoas da alta burguesia, mas depois os modelos de motos/carros não encaixavam na época :D”

    Sim essa foi, talvez, a maior “dificuldade” que tive, o facto de manter uma certa coerência temporal dos elementos que introduzia. Como já tinha referido tudo isto não passa de uma colecção de coisas que gosto, que vi ou que gostava de ver envoltos numa história que fui inventado… porque me apeteceu.

    “Mas isto sou eu, que faço sempre filmes, daquilo que leio.”

    Porque também sou assim, gostei quando, a certa altura, o Carloressu sugeriu que a história dava um filme – continuo a achar que é bondade da parte dele mas é sempre bom para o ego.


    Agradeço uma vez mais as opiniões que foste deixando.

    Abraço,
    FATifer

    ResponderEliminar
  24. "Porque também sou assim, gostei quando, a certa altura, o Carloressu sugeriu que a história dava um filme – continuo a achar que é bondade da parte dele mas é sempre bom para o ego."

    Eu não digo 1 filme, pois há aqui assunto que daria pano para mangas, mas uma mini-serie daquelas com 6 a 10 episódios. Acho que num filme, se iria perder informação.

    ResponderEliminar
  25. Crest©,

    Hum… ok acho que vou começar por a oferecer à RTP … caso não queiram (e a sic também não) tenho sempre a hipótese da tvi pois, pelo menos um dos capítulos, tu próprio disseste que, parece uma cena de novela ;)

    Sem falsas modéstias gostei do que escrevi mas daí a achar que merece ser um livro ou uma série de tv… por mais que seja verdade que já vi pior… não sei.

    Só colocarem essas hipóteses já me faz muito bem ao ego.

    Obrigado,
    FATifer

    ResponderEliminar

Este local serve para largar comentários, daqueles, dos inteligentes e com sentido...todos os outros, que consideremos que não cumprem esses critérios, serão eliminados prontamente. Mais...anónimos amigos por favor identifiquem-se, já basta não conhecermos a cara...pelo menos o nome/nick.
Desde já o nosso agradecimento, voltem sempre!

Ah! E a pedido da nossa estimada leitora Van, passamos a avisar que a leitura deste blogue engorda!